Militantes dizem que a atual gestão foi fundamental para dar visibilidade e garantir políticas de valorização à causa LGBT
A construção de uma universidade democrática passa, obrigatoriamente, pela garantia de espaços de visibilidade aos grupos que compõem o todo acadêmico. Por essa razão, além dos avanços pedagógicos e estruturais que a Universidade Federal do Maranhão viveu nos últimos oito anos, é visível o apoio institucional a coletivos que representam a diversidade sexual. Caso do Mara X, movimento organizado na UFMA que manifestou apoio à Nair Portela reitora e Fernando Carvalho vice-reitor. O coletivo funciona tanto como espaço de discussão política, quanto para a organização e realização de eventos de conscientização dentro e fora da UFMA.
Segundo Marcelo Oliveira, um dos representantes do Mara X, o Coletivo é uma organização civil de direito privado sem fins lucrativos e econômicos, não partidária, com finalidade educativa, cultural e de
pesquisa, com vistas à redução das desigualdades de gênero, regida por estatuto próprio e pelas normas legais pertinentes. “Nós desenvolvemos estudos e pesquisas, atividades educativas e de formação visando à disseminação das ideias e valores que caracterizam a luta de LGBT’S por cidadania, igualdade e justiça”, detalha.
O grupo surgiu no final do ano passado formado apenas por estudantes. O Coletivo já vinha sendo pensado desde 2010, com a primeira participação no Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual (ENUDS). Teve o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). “Com a realização da edição 2014 do ENUDS, sentimos a necessidade de criar um coletivo para nos representar dentro e fora do nosso estado. Daí surgiu o Mara X”, explica Marcelo. Mas, para que o projeto do Mara X saísse do papel, foi fundamental o suporte institucional. “O DCE foi importante, mas poder contar com o apoio do reitor Natalino Salgado foi o que alçou o Mara X a um status político mais forte. Ele desde o início demonstrou interesse em nossas propostas e não mediu esforços para que nosso grupo participasse de eventos dentro e fora do Maranhão e se consolidasse como um coletivo efetivo”, conta Marcelo Oliveira.
O estudante revela, ainda, que por meio do apoio da reitoria, integrantes do Mara X foram incluídos em um programa de bolsa-auxílio. Segundo Marcelo, os membros do Coletivo estão inseridos em projetos de
ensino, pesquisa e extensão e realizam oficinas e apresentações de trabalhos em eventos. “Nossa proposta desde sempre é a de debater a política LGBT dentro e fora das universidades, sempre pautados em um viés de análise crítica, articulado com os diversos movimentos sociais e certos da necessidade de construir novas formas de enfrentamento a qualquer tipo de opressão e reconhecendo as transversalidades das lutas”, enfatiza.
Ele conta que, daqui pra frente, o interesse é que o Mara X se mantenha como um Coletivo político forte e cada dia mais consolidado, sempre avançando nas lutas e discussões e que, para isso, é necessário que a nova reitoria mantenha os progressos alcançados pela atual gestão. “A UFMA atual é outra e não se trata, apenas, de estrutura física. Hoje temos, até, apoio para a criação de um Coletivo como o Mara X? Por isso estamos cientes de que, se queremos avançar ainda mais nas nossas lutas, tendo suporte institucional, temos que ter uma nova gestão compromissada com as conquistas já alcançadas e disposta a seguir adiante. É o caso de Nair Portela e Fernando Carvalho”