São Luís teve o maior aumento na taxa de mortalidade por armas de fogo entre as capitais entre 2002 e 2012. A cidade registrou crescimento de 316% nesse índice no período. É o que aponta o Mapa da Violência 2015, estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que inclui casos de homicídio, suicídio, mortes por acidente e em circunstâncias indeterminadas.
Os dados do levantamento, realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, são do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. O SIM é baseado nas declarações de óbito expedidas no país, contendo local e características das vítimas, como idade, cor e gênero.
Nas ruas, é fácil constatar que os números refletem fielmente a realidade cruel da capital maranhense, cujos habitantes sentem-se a cada dia mais acuados pela bandidagem. Os dados do estudo são de 2012, mas a matança segue desenfreada no presente. Somente nos primeiros 13 dias deste mês, ocorreram 40 mortes violentas em São Luís, segundo informou o jornal O Estado do Maranhão, em manchete de capa, nesta quinta-feira. A média é superior a três óbitos por dia, ou seja, uma verdadeira carnificina.
Maranhão
O Maranhão não está entre as unidades da federação com maior taxa de mortes por armas de fogo. Com 18,4 óbitos para cada 100 mil habitantes em 2012, o estado ocupa apenas a 18ª posição no ranking. Por outro lado, registrou maior aumento desse índice na Região Nordeste: 273,2%.
Com violência crescente, o Maranhão e, principalmente, a capital, São Luís, seguem na contramão dos grandes centros. São Paulo, por exemplo, conseguiu reduzir em 58,6% a taxa de mortes por armas de fogo no mesmo período em que a matança disparou por aqui. No Rio de Janeiro, estado historicamente dominado pelo crime organizado, o recuo foi de 50,3%.
O avanço da violência é mais um indicador de que o desenvolvimento ainda está longe de chegar por estas bandas.