O governo Flávio Dino divulgou com ênfase a diminuição de 22% do número de homicídios no mês passado na região metropolitana de São Luís em relação a abril de 2014. Os dados gerais, referentes a todos os tipos de mortes violentas (homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte, assassinatos em presídios, entre outros), de fato comprovam a queda, mas um número em particular assusta: o aumento expressivo dos casos de latrocínio.
Os roubos seguidos de morte quase triplicaram este ano em relação aos quatro primeiros meses de 2014. Enquanto no primeiro quadrimestre do ano passado houve sete latrocínios, o período correspondente de 2015 já soma 20 registros, todos devidamente contabilizados nas estatísticas da Secretaria de Segurança Pública.
Outro dado alarmante diz respeito à abrangência dos crimes. Se de janeiro a abril de 2014, os roubos seguidos de morte ocorreram em apenas sete bairros: Maracanã, Vila Maresia (Raposa), Recanto dos Vinhais, Centro, Liberdade, Jardim São Cristóvão e Vila do Povo (Paço do Lumiar), no mesmo período deste ano, se propagaram por 19 localidades: Centro, Cidade Operária, Coroadinho, São Bernardo, Marcanã (dois casos), Vila Luizão, Maiobão, Recanto Turu, Vila Nova, Cidade Olímpica, Santa Bárbara, Santa Clara, Ponta d’Areia, Mata, Coroadinho, Vila Ariri, Alto da Esperança, Vila Sarney Filho e Tibiri.
Mais do que qualquer outro crime, o latrocínio expressa toda a crueldade dos bandidos para com suas vítimas, geralmente cidadãos de bem covardemente assassinados, sem a menor chance de reação ou de fuga. Daí o clamor social ser bem maior quando se trata de um crime dessa natureza.
Por isso, em vez de comemorar e explorar na mídia números que não refletem a realidade em sua plenitude, o sistema de segurança pública deveria empenhar todos os esforços e refazer suas estratégias para combater o crime em todas as frentes.