
Manifestações pró e contra o governo Dilma Rousseff (PT) não mobilizaram tantas pessoas no Maranhão, como no resto do país. Na sexta, o ato promovido por centrais sindicais e partidos políticos ligados à gestão petista atraiu não mais do que 200 pessoas ao Centro, um fiasco retubante. Ontem, na Avenida Litorânea, os cerca de 2 mil cidadãos presentes ao protesto pelo fim da corrupção e pelo impeachment de Dilma nem de longe lembraram a adesão maciça registrada em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, além do Distrito Federal.
Se o povo de São Luís não se viu motivado a ir às ruas empunhar a bandeira do governo, também não engrossou o coro dos descontentes. Daí ser exagero dizer que as manifestações deste domingo pararam o Brasil. Para as bandas de cá o impacto foi mínimo.

O ato pró-Dilma na capital maranhense, na sexta, nem merece tanta menção. A imagem dos poucos gatos pingados singrando, um tanto constrangidos, o mar de gente do Centro, ridicularizados por alguns e ignorados pela maioria, fala por si só.
O protesto à beira-mar também não atingiu o objetivo esperado. E como a insatisfação com o governo parte, principalmente, das classes sociais mais abastadas, a impressão que ficou é que em São Luís o debate ainda está morno, até mesmo entre os mais esclarecidos, apesar do bombardeio midiático sobre o tema.
Não se sabe se o desinteresse de parte a parte decorre de alienação política, conformismo ou por causa da pobreza acentuada, que leva milhões de maranhenses a depender de programas sociais mantidos pelo governo, como o Bolsa Família. Em meio às dúvidas, a única certeza é que o Maranhão, nesse e em tantos outros assuntos, continua na contramão do país.