Atraso no pagamento de obras do “Minha Casa Minha Vida” prejudica setor da construção civil

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O atraso no pagamento das construtoras pelo Governo Federal referente aos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) da faixa 1 tem causado grandes prejuízos não somente financeiros das empresas como também para o mercado de trabalho no Maranhão. O atraso vem ocorrendo desde o começo do ano, sempre com promessas de pagamento não concretizadas até o momento. Na tentativa de se manter no mercado, empresas vêm amargando prejuízos e já tiveram inclusive que demitir funcionários. O pagamento é realizado por intermédio da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, principais operadores do programa. O problema ocorre em todo o país e a tendência é de desaceleração do programa diante da situação. No Maranhão, são mais de 50 empresas operando com o MCMV.

O Sinduscon do Maranhão e de outros estados com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estão tentando, há meses resolver o problema junto ao Governo Federal, mas não obtiveram sucesso ainda. Diversas reuniões já foram feitas com a direção do Banco do Brasil e da Caixa e com os ministérios do Planejamento e das Cidades na tentativa de agilizar o pagamento, mas sem sucesso. “A situação é séria e o problema vem ocorrendo no país inteiro. Apesar das muitas tentativas de solucionar o problema, só recebemos promessas de pagamento. As empresas da construção civil cumprem prazos e seus compromissos com o Governo Federal, mas não estamos recebendo o mesmo tratamento. Sem receber pelo serviço prestado fica difícil para as empresas e isso acaba se refletindo em outras áreas, pois é o Minha Casa Minha Vida é hoje o maior programa habitacional do país e voltado para pessoas de renda mais baixa, portanto, fundamental para a sociedade”, afirma o presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz. Segundo ele, a impressão que passa é que o Governo Federal priorizou outras áreas e não a habitação, o que é muito ruim para o segmento da construção civil.

Para o presidente da Ademi-MA, Cláudio Calzavara, um dos grandes prejuízos é exatamente para o mercado de trabalho, com a perda do emprego. “Para tentar se manter, empresas estão tendo que demitir e esse quadro deve se agravar daqui para a frente, caso o Governo Federal mantenha tal postura e não priorize o pagamento das empresas que construíram empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. As perspectivas se continuar desse jeito são as piores possíveis”, analisa ele.

Em nota, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, enviado ao Governo Federal, demonstra a preocupação com os atrasos no pagamento do Programa Minha Casa Minha Vida, que segundo ele, se tornaram constantes e insuportáveis para o segmento da construção. “ As construtoras estão sem recursos para quitar a segunda parcela do 13º salário no próximo dia 20 de dezembro e, por conta desses atrasos, já tiveram dificuldades para pagar a primeira parcela no dia 30 de novembro”, diz ele no documento.

A falta de pagamento deve gerar protestos e demissões imediatas, alerta José Carlos Martins. Atualmente, cerca de 500 mil trabalhadores estão diretamente ligados à construção de unidades do MCMV. “Estamos extremamente preocupados com a repercussão desses fatos. Existe até ameaças de paralisações e confrontos, tendo em vista a proximidade das festas de final de ano”, afirma o presidente da CBIC.

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