A violência voltou a atingir níveis alarmantes na Região Metropolitana de São Luís no último fim de semana. Da tarde de sexta-feira, dia 7, até a madrugada de hoje ocorreram nada menos do que 24 mortes violentas, um recorde histórico. Sem dúvida, o caso de maior repercussão foi o latrocínio que vitimou o médico Luiz Alfredo Guterres Neto, diretor do Hospital do Câncer. O crime bárbaro, que foi apenas um entre tantos outros episódios estarrecedores que vêm ocorrendo na Ilha nos últimos anos, deve ter como resposta uma ofensiva implacável das autoridades contra os bandidos, que não não fazem outra coisa senão promover o pânico entre os cidadãos de bem.
Luiz Alfredo foi morto em casa, no momento em que chegava de mais um plantão, depois de cumprir mais uma vez com louvor a nobre missão de salvar vidas. Ao abrir o portão, se deparou com quatro bandidos atacando um dos seus filhos e, movido pelo instinto paterno, tentou defendê-lo. O desfecho não poderia ter sido mais trágico: o médico foi morto covardemente, com dois tiros, para desespero da sua família e amigos e comoção de toda a sociedade maranhense.
A morte do médico e das outras pessoas que sucumbiram à violência não podem ficar impunes. É dever das autoridades fazer valer a lei e usar a força necessária para reprimir os criminosos. Sem o mínimo compromisso com a coletividade, esses indivíduos continuarão espalhando o terror enquanto sua audácia não for combatida à altura.
A Justiça, muitas vezes, acaba sendo leniente com os criminosos, contemplando-os com uma série de dispositivos que favorecem manobras jurídicas e tornam as penas mais brandas ou mesmo os livram de punição. Tantas brechas na lei estimulam os bandidos a continuar agindo e frustram os esforços que as polícias fazem para prendê-los.
A sociedade não admite mais favores da lei ao crime e clama por uma resposta, que deve ser proporcional à ousadia com que assaltantes, traficantes, assassinos e outros malfeitores investem contra suas vítimas, a maioria inocentes.