O candidato da coligação “Pra Frente, Maranhão”, Lobão Filho, fez um grave alerta hoje em entrevista à Rádio Mirante AM. O peemedebista, que participou da segunda sabatina promovida pela emissora com postulantes ao governo estadual, censurou o “uso do medo como cabo eleitoral”, referindo-se à exploração político-midiática do caos pelo adversário do PCdoB. “Se isso acontece na campanha eleitoral, imagine em um eventual período de governo”, advertiu.

Na entrevista, Lobão Filho disse que ingressou com uma queixa-crime contra o adversário da coligação “Todos pelo Maranhão”, Flávio Dino, que o acusou de ter participado de uma fraude, referindo-se à divulgação de um vídeo em que o criminoso André Escócio de Caldas aponta, em interrogatório, o comunista como líder de uma quadrilha envolvida com assaltos a banco, tráfico de drogas, com conexões no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Ao participar da segunda sabatina promovida pela emissora com candidatos ao governo, Lobão Filho afirmou ter sido o último a saber da existência do vídeo. “Eu estava em campanha no interior quando me ligaram para informar sobre o vídeo, cujo teor apresenta uma concatenação de argumentos muito racional”, assinalou o peemedebista.

O candidato do PMDB disse que tem uma história de vida e que não iria manchar sua trajetória para agredir um adversário político dessa forma. “Tenho meus limites e esse caso está muito além do que posso alcançar”, observou. “Se eu fosse responsável por uma trama como essa, como o Flávio Dino me acusa, eu deveria estar preso”, sugeriu.

Violência suspeita

Sobre o clima de caos que se instalou em São Luís faltando menos de duas semanas para a eleição, Lobão Filho disse achar estranho que tantos episódios de violência estejam ocorrendo na cidade. Para reforçar seu raciocínio, ele citou uma mensagem de Whatsapp enviada a jornalistas pelo petista Márcio Jardim, aliado de primeira hora do candidato comunista, informando que os autores dos incêndios a ônibus ocorridos no último fim de semana foram os “loucos do 65”.

Lobão Filho citou a presença, no palanque de Flávio Dino, de pessoas influentes e atuantes no sistema de segurança pública, com forte ascendência na categoria, inclusive nos sindicatos que representam a classe. “Essas pessoas podem influenciar delegados e demais policiais civis”, afirmou. “Não estou acusando ninguém, mas acho a situação muito estranha”.

Queixa-crime

Em relação à queixa-crime que fez contra Flávio Dino, que o acusou de forjar o vídeo, Lobão Filho observou que em vez de caluniar adversários, o comunista deveria propor a investigação da denúncia feita pelo preso. Sobre o fato de Dino ter o hábito de exaltar sua conduta moral, mencionando sempre sua condição de ex-juiz federal, o peemedebista lembrou o caso do ex-senador Demóstenes Torres, que mesmo sendo promotor de Justiça, foi cassado em 2012 por envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Segundo ele, o comunista, ao mesmo tempo em que se apresenta como arauto da moralidade, está cercado de indivíduos com comportamento duvidoso, citando a relação próxima do rival com o pecuarista Dedé Macedo, acusado de ser um dos maiores agiotas do Maranhão, que até cedeu um helicóptero para facilitar seus deslocamentos pelo estado durante a campanha.