Depois da fuga audaciosa de seis presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas e do tiroteio que resultou em outros quatro detentos baleados, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão (Sindspen) convocou assembleia geral para discutir as condições de trabalho da categoria, o benefício da aposentadoria especial para a classe e votar a proposta de paralisação de advertência por 24 horas. A reunião está marcada para hoje, às 17h, na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), na Beira-mar.

A mobilização dos agentes penitenciários tem tudo para agravar ainda mais a crise causada pela fuga ousada, ocorrida ontem, por volta das 23h, depois que uma caçamba roubada por bandidos na Cidade Operária abriu um buraco no muro dos fundos do CDP. Para evitar que mais detentos ganhassem a rua, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar que fazem a segurança do presídio foram obrigados a abrir fogo, alvejando quatro deles. Todos estão internados, recebendo os devidos cuidados médicos.

Em meio à instabilidade gerada pelo episódio, cabe questionar ao sindicato o porquê da decisão repentina de convocar a assembleia geral. A mobilização da categoria no exato instante em que o sistema penitenciário tenta se reorganizar, o que pode piorar ainda mais a situação, é no mínimo intrigante.

Qualquer relação com o atual momento político pode não ser mera coincidência.