Um atrito entre o presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, e militantes do interior do estado que marcaram presença na caminhada do candidato Flávio Dino, na última quinta-feira, na Rua Grande, com participação do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, seguido de censura do coordenador político, Marcelo Tavares, gerou a primeira crise da campanha do comunista ao governo. Abordado por lideranças de dezenas de municípios, que reivindicavam recursos para alimentação e combustível durante a estadia na capital, Jerry reagiu com sua arrogância característica, causando profundo mal estar no comitê de Dino.
Segundo uma fonte do blog, Jerry não só negou o pedido como avisou aos militantes que quem quisesse estar na campanha era por “acreditar no projeto”, independente de ter estrutura para trabalhar pela candidatura. Diante da insistência dos correligionários, o fiel escudeiro de Dino deu de ombros e, como de costume, passou a manejar o seu inseparável celular, de onde costuma acessar as redes sociais para promover o seu chefe e atacar adversários.
Inconformados, os líderes interioranos foram se queixar ao coordenador político da campanha de Flávio Dino, deputado estadual Marcelo Tavares, que reprovou a atitude esnobe do presidente do PCdoB. Tavares ressaltou que campanha a governador requer, sim, estrutura, desqualificando a declaração e a atitude de Márcio Jerry.
A divergência entre dois dos mais proeminentes nomes do palanque de Flávio Dino gerou a primeira crise da campanha do comunista. Mais ainda, deu a impressão de discórdia, não só no comando da campanha, mas também na relação com os militantes, o que pode acarretar descrédito entre os partidários.
Ciumeira
Causou ciumeira entre membros do PCdoB, do PSDB e dissidentes do PT o privilégio dado à militância do PSB durante a caminhada de Dino ao lado de Eduardo Campos, na Rua Grande. O candidato a senador Roberto Rocha, do mesmo partido de Campos, tomou a frente do ato político e posicionou o presidenciável no centro do grupo que puxava a passeata, deixando o comunista de lado.
Dino, por sua vez, queria todas as legendas que compõem a sua chapa ao seu lado, mas sua vontade não prevaleceu diante da presença de Campos e da astúcia de Rocha.
Com apenas um partido prestigiado, os representantes das outras siglas tiveram que se contentar em acompanhar o cortejo pelas laterais, sem qualquer visibilidade.