A goleada de 4 x 1 aplicada pelo Brasil na já eliminada seleção camaronesa garantiu o primeiro lugar do grupo e livrou o time de Felipão de um indesejável confronto com a Holanda já nas oitavas de final. O adversário será o Chile, um freguês histórico, mas que apresentou um bom futebol na primeira fase. Por isso, a seleção brasileira precisa jogar bem mais do que jogou contra Croácia, México e Camarões para avançar na Copa e manter acesa a esperança no tão sonhado hexa.
Treinando junto há quase um mês, o grupo ainda não adquiriu padrão de jogo e a tranquilidade necessária a uma equipe campeã. Prova disso foram os sucessivos erros de passe e de marcação que resultaram no gol de empate de Camarões, aos 25 do primeiro tempo, menos de 10 minutos após o Brasil ter aberto o placar, de novo com o até agora onipresente Neymar.
A propósito, o fator que mais chama atenção é justamente a total dependência do time das jogadas do seu camisa 10. Claro que a seleção pode fazer muito mais em campo. Da defesa ao ataque, todos são atletas de altíssimo nível, mas a maioria deles ainda não reencontrou o bom futebol que os projetou no cenário mundial. Nas duas laterais, por exemplo, as falhas são tanto na marcação quanto no apoio. Daniel Alves e Marcelo ainda estão devendo, o que compromete o desempenho de toda a equipe.
Outra decepção é o volante Paulino, que chegou ao torneio como titular absoluto, mas após três atuações apagadas e duas substituições vai perdendo espaço e pode ser sacado por Felipão no confronto com o Chile, no próximo sábado, às 13h, no Mineirão. O provável substituto será Fernandinho, autor de jogadas que deram novo ritmo ao time e que coroou sua boa participação ao fazer o quarto e último gol contra os camaroneses.
Também ameaçado de ir para o banco, Fred, ao que parece, terá mais uma chance no time titular após marcar pela primeira vez na Copa. Não poderia ser diferente, já que o gol pode dar ao atacante do Fluminense a confiança que faltava para que ele volte a ser o jogador decisivo de outrora.
Os pontos fortes do time são os zagueiros Thiago Silva e David Luiz, dois gigantes, o meia Luiz Gustavo, com sua regularidade impressionante, e, mais do que qualquer um, Neymar, que novamente desequilibrou e é o artilheiro da Copa até agora, com quatro gols.
A seleção brasileira não apresentou um futebol convincente em nenhum dos três jogos da primeira fase. Por isso, ainda é vista com certa desconfiança por grande parte da torcida e da imprensa especializada. Está na hora de a equipe evoluir e exibir consistência, pois só assim terá condições de fazer bonito em casa.
