A Polícia Militar prendeu ontem, em São José de Ribamar, Judson Araújo Diniz, com cinco munições calibre 28, uma faca e um facão. Seria mais um bandido comum, como tantos outros que vêm aterrorizando a população da região metropolitana de São Luís, não fosse um detalhe: ele exibe na perna direita uma tatuagem com a figura de um palhaço, que no código do crime é uma apologia à execução de policiais.
Judson e um comparsa estavam em atitude suspeita no bairro São Benedito quando foram avistados por policiais do Comando de Policiamento da Área Metrolitana II, chefiado pelo coronel Raimundo Sá. Usando motos, a guarnição formada pelo cabo Deivis e pelos soldados R. Soares, Yan e Marx partiu para abordá-los, mas ambos empreenderam fuga. Na perseguição, apenas Judson foi capturado e encaminhado ao Plantão Central da Cidade Operária, onde foi autuado em flagrante por porte de munição.
Ao perceberem a tatuagem, os policiais passaram a questionar o acusado sobre o porquê da figura do palhaço. Diante da pressão, ele acabou revelando que faz parte da facção criminosa Bonde dos 40, uma das mais violentas da Ilha, responsável por uma série de atentados em 3 de janeiro deste ano.
A quadrilha incendiou pelo menos quatro ônibus, sendo que em um deles viajava a menina Ana Clara, de apenas seis anos, que morreu em decorrência das queimaduras de segundo e terceiro graus que sofreu. Integrantes do Bonde dos 40 também cometeram ataques a delegacias e fuzilaram um policial dentro de um trailler da PM na Vila Nova, bairro da área Itaqui-Bacanga. O bando também promoveu ainda uma série de rebeliões no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, com saldo de vários presos assassinados.
Como o porte de munição é um crime é afiançável, é possível que Judson nem tenha sido levado ao Centro de Triagem de Pedrinhas. Sobre a tatuagem com a figura do palhaço, esta não trará nenhuma implicação legal ao acusado, apesar de ele ter confessado envolvimento com o Bonde dos 40, facção que ficou famosa também pela audácia de confrontar a polícia.