Um boato perverso propagado ontem nas redes sociais e em outros meios de divulgação anunciava um suposto ataque em massa da facção criminosa denominada Bonde dos 40 em São Luís, a partir das 22h. O falso plano seria saquear lojas, shoppings e postos de combustíveis, aproveitando-se da paralisação do transporte público, que alterou sensivelmente a rotina da cidade. Para aterrorizar ainda mais a população, foi informado que as garagens das empresas de ônibus seriam invadidas e que a frota, retida totalmente desde a última terça-feira, seria incendiada. Chegada a hora marcada, não se viu uma única investida, comprovando que a intenção dos autores foi somente assustar e aumentar a instabilidade na capital.
A mensagem, introduzida pelo título “Nota de Esclarecimento”, causou pânico em milhares de cidadãos. Muitos trataram logo de se trancar em casa, após alertar parentes, amigos e vizinhos. Empresários do comércio chegaram a tomar providências para proteger seu patrimônio. Mesmo cientes de que se tratava de alarme falso, a Polícia Militar e as demais forças de segurança pública ficaram de prontidão para agir.
Mas, afinal, a quem interessa disseminar o medo em São Luís? Por que criar um clima de desespero em um momento em que a situação já se encontra demasiadamente caótica, com a greve do transporte público? Seria um simples trote, feito por pessoas imaturas e insensíveis, ou terrorismo, promovido por indivíduos que almejam algo bem maior do que pregar um simples susto?
Mais do que identificar os autores da infeliz ideia, a polícia tem que desvendar que propósito os moveu a cometer tamanha covardia. A população precisa saber o real objetivo do ato, que de tão vil e traiçoeiro, é passível da mais severa punição.