O promotor José Osmar Alves (Defesa da Ordem Tributária e Econômica) disse, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis, nesta terça-feira (29), que um cartel formado por donos de postos atua em São Luís.
O promotor relatou as investigações que realizou em 2011, quando detectou a ação do cartel, e garantiu que o mesmo tipo de operação está em execução no momento na capital. O depoimento foi tomado pelos deputados Othelino Neto (presidente), Jota Pinto, Francisca Primo e Manoel Ribeiro. José Osmar contou que dez pessoas envolvidas com o cartel foram denunciadas à Justiça, sendo que oito fizeram acordos e receberam penas alternativas. Já duas recorreram contra a decisão.
De acordo com o promotor, as investigações mostraram que havia cinco corredores de preços fixados pelos donos de postos. Através de escuta telefônica, o promotor disse que conseguiu detectar até ameaças de morte contra quem vendia por menor preço e confissões de colocação de água na gasolina. “Concluímos que havia acordo de preços entre alguns concorrentes. Acredito que o mesmo está acontecendo nesse momento em São Luís”, afirmou José Osmar Alves.
Além disso, contou que atualmente o cartel atua de forma mais forte porque não existem mais cinco corredores de preços, resumindo-se a quase um preço só, com diferenças de alguns centavos. O promotor assegurou que hoje “o lucro é exorbitante e estrondoso”, de R$ 0,50 centavos. Revelou também que em Teresina, cujo combustível vai do Maranhão, o preço do litro de gasolina é de R$ 2,69, enquanto em Barreirinhas chega a R$ 3,24.
O deputado Manoel Ribeiro disse que o cartel se repete também nos preços de gás de cozinha. Ele reagiu com indignação aos números mostrados pelo promotor e classificou de “roubalheira”, comparando que os postos estão lucrando mais que a Petrobrás. O empresário Dileno de Jesus Tavares, ex-presidente do Sindicato dos Combustíveis, que deixou de comparecer à primeira convocação da CPI e não enviou justificativa, deve ser ouvido pela comissão. Ele era o presidente da entidade no período em que o promotor fez a investigação.
Fonte: Agência Assembleia