O transporte público de São Luís entrou novamente em colapso ontem com mais uma paralisação de trabalhadores rodoviários. Desta vez, o motivo são os frequentes assaltos, que têm deixado motoristas, cobradores e usuários assustados. Toda a frota de ônibus que serve à região metropolitana deixou de circular no fim da tarde, obrigando empresas, repartições públicas, escolas, faculdades e outros estabelecimentos a encerrar o turno mais cedo. Milhares de trabalhadores e estudantes tiveram que correr para não perder a condução, gerando um clima de tumulto em toda a cidade.
As paradas de ônibus ficaram lotadas desde as 15h, já que o Sindicato dos Rodoviários anunciara, pela manhã, que os coletivos seriam recolhidos a partir das 17h. Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), que se posicionou contra a greve e lamentou os transtornos causados à população, corrigiu a informação, garantindo que os ônibus circulariam até por volta das 20h. Mas já era tarde demais, o estrago já estava feito.
Mais uma vez, a decisão da categoria de fazer greve é questionável. Até porque a Polícia Militar, em reunião com a diretoria do Sindicato dos Rodoviários, anunciou que iniciaria ontem uma operação com o objetivo de coibir assaltos a ônibus. A entidade sindical, por sua vez, manteve a postura insensível, ignorou os esforços da PM e partiu para a radicalização, causando grave transtorno à cidade.
A paralisação causou prejuízo ao comércio. Lojas do Centro, shoppings e supermercados faturaram menos com a redução do expediente e poderão acumular mais perdas se a mobilização se repetir nos próximos dias, como foi prometido pelo sindicato. Vale ressaltar que o setor comercial é um dos que mais sofre com a violência e nem por isso toma medidas extremas. Pelo contrário, busca sempre o diálogo com as autoridades, que, na medida do possível, reforçam a segurança no segmento.
Diante dos transtornos causados pela falta de transporte, a população tende a se revoltar. Com em greves anteriores, pode haver depredação de ônibus e até agressões a motoristas e cobradores. Por isso, todo cuidado é pouco para evitar que o movimento evolua para um confronto entre usuários e trabalhadores rodoviários. Em meio ao colapso, as autoridades, sobretudo as da área de segurança pública, devem redobrar a vigilância, para que a paralisação não tenha um saldo trágico.
Motivos à parte, a atual greve de rodoviários é uma consequência da crise no transporte público de São Luís, que já virou um problema histórico. A onda de assaltos a ônibus não é a única causa do movimento. Várias outras situações levaram os rodoviários a radicalizar mais uma vez, entre as quais os baixos salários, a jornada de trabalho extenuante, os ônibus sucateados, a relação estressante com os patrões e com os próprios usuários e o trânsito caótico nas principais vias da cidade.
Inúmeras já foram as tentativas de resolver a questão. Uma delas foi o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público, que prevê uma série de melhorias para o serviço e já foi prorrogado três vezes. Infelizmente, a solução sempre esbarra nas dificuldades ou mesmo na má vontade.
Editorial publicado neste sábado em O Estado do Maranhão
Cidade sem lei, para tudo e ninguém faz nada, fica por isso mesmo, e ai quem vai resolver? Os bandidos estão mandando na cidade, não tem policia, não tem ônibus, não tem prefeito e nem governador, e ai quem manda? OS BANDIDOS.
Post fantastico, muito informativo. Eu me pergunto por que os outros especialistas deste sector nao percebem isto. Devera prosseguir a sua escrita. Estou confiante, voce tem uma base de leitores enorme ja!