Marcha lenta no aeroporto

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Operários fazem intervenção na cobertura do terminal de passageiros, um dos poucos serviços em andamento (Foto: Biaman Prado)
Operários fazem intervenção na cobertura do terminal de passageiros, um dos poucos serviços em andamento (Foto: Biaman Prado)

A ampliação do Aeroporto Marechal Cunha Machado está sendo marcada por incômoda lentidão. Iniciada em agosto do ano passado, a obra tem percentual de conclusão de 16%, o que indica que pouco foi feito em quase sete meses desde o início do serviço. Orçada em R$ 14,5 milhões, a ampliação tem como finalidade aumentar dos atuais 3,4 milhões para 5,9 milhões a capacidade anual de movimentação de passageiros, impactando positivamente o potencial turístico do Maranhão.

Contratante da obra, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não explica por que o serviço está tão devagar. Mas uma ligeira observação da estrutura a ser ampliada dá a exata noção de quão vagaroso está o trabalho. Por enquanto, as obras são visíveis apenas no estacionamento e no teto do saguão do terminal de passageiros. Muito pouco para o montante investido e para o tempo já decorrido desde o início da intervenção.

Em entrevista concedida a O Estado em setembro do ano passado, a superintendente regional da Infraero, Socorro Souza, informou que a ampliação do aeroporto de São Luís seria concluída em julho deste ano. A previsão foi feita com base no que previa o projeto de engenharia, cuja execução está sob a responsabilidade da construtora maranhense Marcozzi Construções Ltda., vencedora da licitação. Agora, sabe-se que o prazo inicial não será cumprido. E o que é pior, a data de conclusão das obras é imprevisível. A não ser que haja um esforço concentrado para agilizar os trabalhos.

Após sucessivos recordes de movimentação de passageiros, o Aeroporto Marechal Cunha Machado vem registrando queda do número de embarques e desembarques desde 2011. Ano passado, quando 1,8 milhão decolaram ou pousaram no terminal, a diminuição do fluxo foi de 12,6% em relação a 2012. Diante da retração verificada nos últimos três anos, a ampliação tornou-se desnecessária, pelo menos neste momento. Talvez por isso, a obra não esteja sendo tratada como prioridade.

Como São Luís está fora da rota da Copa do Mundo, o cenário da aviação na capital não deve mudar muito em 2014 em relação aos últimos anos. Um alento pode ser a escolha da cidade e de outros pontos turísticos do Maranhão como destinos de visitação por estrangeiros que vierem ao Brasil assistir aos jogos do mundial de futebol, sobretudo em Fortaleza, Natal, Recife e Salvador, capitais do Nordeste escolhidas para sediar a competição.

Alguns fatores concorreram para a queda de movimento do transporte aéreo na capital. Os principais foram o caos provocado pela reforma emergencial do terminal de passageiros do aeroporto, em 2011, a poluição das praias e a violência urbana. Em maior ou menor grau, todos esses problemas já foram contornados. É hora, então, de tomar medidas específicas para recuperar o fluxo intenso de outrora, para que a ampliação possa fazer sentido.

Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão

2 comentários para "Marcha lenta no aeroporto"


  1. Gojoba

    Não dá pra entender isso ai Blogueiro você reclama de tudo de obras São Luis não é prioridade a prioridade e os Aeroportos da COPA.

    Resposta: acontece, meu caro sabe-tudo, que a obra já foi iniciada. Por isso, deveria seguir o cronograma.

  2. Gojoba

    então vai reclamar pra aliada da governadora roseana dilma ruseff que a infraero ta atrasando as obras do aeroporto não adianta ficar fazendo matéria e editorial que não vai mudar nada , te conforma que pelo menos são luis tem um aeroporto e não ta mais com lona

    Resposta: o texto em si já é uma reclamação, meu caro.

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