Mais uma greve política?
O Sindicato dos Rodoviários ignorou as medidas anunciadas pelo comando da Polícia Militar na manhã de hoje para coibir a violência no transporte público e decidiu recolher novamente os ônibus a partir das 18h, como vem ocorrendo desde a última sexta-feira. A entidade sindical já manifestou a intenção de se juntar ao movimento iniciado por um pequeno grupo de policiais militares e bombeiros, que desde o último dia 26 está acampado no estacionamento da Câmara Municipal de São Luís.
Seria, então, mais uma greve política no Maranhão? Digo mais uma porque está mais do que evidente que a paralisação dos PMs tem muito mais a ver com disputa eleitoral deste ano do que com qualquer reivindicação de melhoria. Isso porque o Governo do Estado anunciou, no mesmo dia da invasão da Câmara pelos militares, um acordo que prevê ganho significativo nos vencimentos da corporação, além da nomeação de 1.800 novos soldados aprovados em concurso, com impacto positivo na jornada e nas condições de trabalho da tropa.
A mal sucedida greve dos militares tem como propósito desgastar o governo, fragilizando a segurança pública. Para o bem dos maranhenses, a adesão é pequena e deve permanecer assim. A paralisação dos rodoviários foi motivada pelos constantes assaltos a ônibus, situação que não pode ser negada. Acontece que o governo está adotando todas as medidas possíveis para reprimir esses crimes. Uma delas é a criação de um serviço de inteligência exclusivo para o transporte público.
Sensível às reivindicações, o governo tomou providências imediatas, o que tornou injustificáveis os dois movimentos. Ciente disso, a população já não demonstra nenhuma simpatia em relação às manifestações. Muito pelo contrário, condenam os transtornos impostos à coletividade por essa postura intransigente.
Para frustração dos mentores, adeptos da visão distorcida de quanto pior melhor, a sociedade e, consequentemente, os eleitores já entenderam que se trata de uma manobra e já não suportam esse tipo de artimanha.