Falta até agulha para seringa em unidade mista de saúde da Prefeitura de São Luís
Uma situação absurda aconteceu ontem na Unidade Mista Itaqui-Bacanga, no Anjo da Guarda. Uma paciente acometida por inflamação na garganta foi examinada por um médico, que lhe prescreveu uma injeção de Benzatacil (penicilina). Ao se dirigir à farmácia do estabelecimento de saúde, a enferma foi surpreendida com a informação de que a dose do medicamento não poderia ser aplicada porque não havia agulha para seringas.
A paciente, que se identificou como Odete, moradora do Anjo da Guarda, denunciou o caso hoje ao programa Abrindo o Verbo, apresentado pelo jornalista Geraldo Castro, na Rádio Mirante AM. Dizendo-se ainda doente por não ter sido medicada, ela criticou o caos na rede de saúde municipal, atribuindo a culpa ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), que, segundo ela, em nove meses de gestão, não tem demonstrado capacidade para resolver os problemas de São Luís.
A falta de agulhas para seringas na Unidade Mista Itaqui-Bacanga é apenas um dos muitos exemplos que atestam a precariedade que impera na rede médico-hospitalar do Município, apesar do volume significativo de verbas destinadas à capital maranhense por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Há inúmeras outras deficiências, como falta de profissionais, de leitos e até de alimentação em hospitais e postos de saúde. No Socorrão II, mais de 100 pacientes aguardam na fila para fazer uma cirurgia ortopédica, sem qualquer previsão quanto a data em que serão operados.
De 1º de janeiro deste ano, quando iniciou seu mandato, até hoje, o prefeito Holandinha já recebeu do Governo Federal R$ 434.834.728,37 para investir em saúde (comprove). Mas nem assim conseguiu dar o mínimo de humanidade ao atendimento nas unidades de saúde, isso quando este é prestado, o que não foi o caso da paciente Odete.