Cerca velha

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Zé Reinaldo durante encontro do PSB, que contou com a presença do presidenciável Eduardo Campos
José Reinaldo Tavares durante encontro do PSB, que contou com a presença do presidenciável Eduardo Campos (Foto: Biné Morais/O Estado do Maranhão)

O ex-governador José Reinaldo Tavares move céus e terras para tentar viabilizar sua candidatura ao Senado. Raposa velha na política, ele age preferencialmente nos bastidores, mas também joga para a plateia, a exemplo da sua malfadada tentativa de cassar o mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB), pretensão sepultada esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas não há qualquer garantia de que seu projeto vingará, tamanha o seu desprestígio. A propósito, Zé Reinaldo é especialista em jogadas políticas mal-sucedidas. Que o digam o falecido ex-governador Jackson Lago (PDT) e o ex-prefeito João Castelo (PSDB), que caíram em desgraça após se unirem a ele.

Disposto a tudo para concretizar seus projetos, Zé Reinaldo conspira até mesmo contra ex-aliados, como o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha, com quem trava disputa acirrada pela indicação do PSB para concorrer à vaga de senador em 2014.

O histórico recente de Zé Reinaldo exibe uma série de episódios desabonadores. Reeleito em 2002 após cumprir mandato tampão deixado por Roseana, ele rompeu com o grupo Sarney, do qual fez parte por décadas, em 2004, pouco mais de um ano depois de tomar posse pela segunda vez como governador.

Em 2006, Zé Reinaldo investiu pesado na candidatura de Jackson Lago (PDT), que derrotou Roseana, mas foi cassado dois anos depois pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico. Pesaram para o afastamento do pedetista, morto em abril de 2011, justamente as peripécias cometidas pelo patrono durante a campanha. A principal delas ocorreu em Codó, onde Jackson, já como pré-candidato ao governo, participou, ao lado de Zé Reinaldo, da assinatura de um convênio em benefício de um povoado do município.

A vítima mais recente foi o ex-prefeito de São Luís João Castelo, que nomeou Zé Reinaldo secretário de Governo meses antes do pleito em que tentou, sem sucesso, a reeleição. Elevado ao status de principal conselheiro político de Castelo, ele não deu a contribuição esperada pelo tucano. Pelo contrário, afastou possíveis apoios que, uma vez no palanque do então prefeito, poderiam tê-lo ajudado a renovar o mandato.

Assim é Zé Reinaldo, igual a cerca velha, que derruba qualquer um que nela tente se apoiar.

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