Uma circular baixada em 13 de junho deste ano pela Presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) suspendeu por tempo indeterminado todos os pagamentos a fornecedores de bens e serviços ao órgão. O bloqueio foi determinado devido a recorrentes problemas na aplicação do Crédito Instalação, recurso destinado à quitação dos contratos. No Maranhão, os credores não recebem há três meses, diferente de outros estados, onde o problema já foi resolvido, após intervenção dos gestores regionais do Incra e até de políticos.
Estão sem pagamento construtores que executam obras em assentamentos, empresas de vigilância e até fornecedores de material de expediente. Há credores com mais de R$ 1 milhão a receber. Eles criticam a postura do superintendente regional, José Inácio Rodrigues, que estaria omisso em relação aos débitos e não dá qualquer satisfação sobre quando os repasses serão efetuados.
Segundo os fornecedores, o superintendente só estaria dando expediente no Incra de segunda a quarta-feira. Nos demais dias da semana, viaja ao interior do estado, principalmente a Estreito, onde teria uma namorada. A ausência acaba gerando uma série pendências no órgão, entre as quais a não quitação da dívida acumulada, que já está acima de R$ 10 milhões.
A circular, assinada pelo presidente nacional do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes, informa que o Banco do Brasil, que mantém a conta destinada aos pagamentos, já foi comunicado e que os recursos depositados em nome de associações e representantes de assentados foram recolhidos.
Membro do PT e ligado ao vice-governador Washington Oliveira, o advogado natural de Bequimão José Inácio Rodrigues tem postura controversa. Candidato derrotado a deputado estadual em 2010, fez campanha para o também perdedor Flávio Dino (PCdoB). Após ser indicado para a superintendência regional do Incra, declarou apoio ao governo Roseana Sarney (PMDB) e até já chegou a escrever um texto criticando o ex-aliado comunista.
Com a falta de pagamentos no órgão, está demostrando novamente ser um político mal resolvido, despreparado e sem força.
