Ordenamento urbano

1comentário
Obra de ampliação de bar da Avenida Litorânea foi embargada na segunda operação da Blitz Urbana em pouco mais de 24 horas
Ampliação de bar da Litorânea foi embargada na segunda operação da Blitz Urbana em pouco mais de 24 horas

A Blitz Urbana vem cumprindo, nos últimos dois dias, a sua obrigação legal de garantir a ocupação ordenada do espaço público em São Luís. Em duas operações consecutivas, na área da Lagoa da Jansen e na Avenida Litorânea, o órgão fez valer sua prerrogativa e eliminou abusos que há algum tempo geravam incômodo à população, tamanha a afronta à lei que representavam. Como há ainda muito por fazer em praticamente todas as áreas da cidade, espera-se a continuidade e até mesmo a intensificação das ações.

Na primeira operação, realizada terça-feira, foi demolido o anexo de um curso de idiomas, situado na Avenida Mário Meireles, que dá acesso ao Parque Estadual da Lagoa da Jansen. A estrutura foi construída em área verde, destinada ao lazer da população, configurando ilegalidade. E o que é pior, o imóvel erguido em local indevido vinha sendo alugado a terceiros, o que agravou a infração. A situação se arrastava há alguns anos, dando margem a sucessivas denúncias de populares. Para o bem da coletividade, houve o desfecho pretendido.

A Avenida Litorânea foi o alvo da segunda operação. Após denúncia de que um bar da praia de São Marcos passava por obras de ampliação, a Blitz Urbana enviou equipe, que constatou a irregularidade e embargou a construção, edificada sem qualquer amparo legal, segundo o órgão fiscalizador. Detalhe: dezenas de outros estabelecimentos daquela faixa da orla de São Luís fizeram melhorias que feriram a legislação. Tais intervenções deram origem a um processo que tramita há quase cinco anos na Gerência Regional de Patrimônio da União (GRPU), inclusive com recurso interposto pela associação de bares na Justiça Federal, sem qualquer definição até o momento.

Durante as operações, são comuns as alegações de arbitrariedade. Inconformados com o dano financeiro, proprietários de obras embargadas acionam seus advogados para tentar reverter a situação na Justiça. Foi o caso do curso de idiomas da Lagoa da Jansen que teve um anexo demolido há dois dias, cujo dono pede o ressarcimento do prejuízo, acusando falta de competência da prefeitura para intervir na área. Diante do imbróglio jurídico gerado pelas operações, é fundamental que a Blitz Urbana busque sempre o respaldo legal, a fim de evitar revezes nos tribunais, o que fatalmente comprometeria a credibilidade do trabalho.

Como dito acima, as distorções quanto à ocupação do espaço público são inúmeras em São Luís. Entre os casos mais gritantes estão a Rua Grande, a Praça Deodoro e avenidas de grande circulação, como Jerônimo de Albuquerque, Marechal Castelo Branco e São Luís Rei de França, cujas calçadas são ocupadas por barracas de ambulantes, placas publicitárias e até veículos. Para resolver um problema tão complexo será necessária dose extra de eficiência e boa vontade, além de aparato material em quantidade adequada.

Espera-se que as operações realizadas nas últimas 48 horas sejam apenas o princípio do processo de reorganização do espaço público da capital maranhense. Com mais de 1 milhão de habitantes, São Luís já não admite o caos urbano exacerbado, que confere aspecto nada atrativo à cidade, compromete o direito de ir e vir e, em casos específicos como o do Centro, trava o desenvolvimento da economia.

Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão

1 comentário para "Ordenamento urbano"


  1. Antonio

    Infelizmente São Luis sofre com leis que só atrasam o próprio desempenho da cidade. Não basta as praias impróprias para banho, temos ainda que suportar as mesmas estruturas durante décadas. Notadamente em outras capitais – cito Fortaleza – onde os bares oferecem aos turistas uma infinidade de opções, cada um com uma infraestrutura diversificada, o que atrai turistas e a cada ano que passa mais ampliações visam melhorias no espaço público. Infelizmente São Luis é a capital do atraso, onde bares fecham as 02:00am e ainda sofrem com uma legislação municipal que só favorece grupos políticos. Só lamento!

deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS