O empresário agiota Gláucio Alencar fez uma revelação bombástica ao prestar depoimento nas oitivas do caso Décio Sá, retomadas hoje, no Fórum Desembargador Sarney Costa. Primeiro a ser ouvido, ele contou que dias após ter sido preso, em 13 de junho do ano passado, recebeu a visita de um advogado no quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros, que teria lhe oferecido R$ 10 milhões para que seu pai, José de Alencar Miranda, assumisse ser o mandante do assassinato do jornalista.

Segundo relatou Gláucio ao juiz Márcio Brandão, que preside as oitivas, o plano era o seguinte: Miranda assumiria a autoria intelectual do crime e, em razão da sua idade avançada – tem 73 anos -, cumpriria, no máximo, prisão domiciliar. Gláucio afirmou ter rejeitado de imediato a proposta, pois não seria capaz de fazer aquilo com o pai. Ele não revelou o nome do advogado, muito menos a procedência da tal proposta.
Trata-se do informação mais relevante a surgir durante as oitivas, iniciadas em 6 de maio. Verdadeira ou não, a nova versão apresentada pelo suposto mandante não deve ser desconsiderada.
Dívida
Segundo a prestar depoimento nesta segunda-feira, Miranda alegou receber apenas um salário mínimo (R$ 678,00) como comerciante e que complementa sua renda com a venda de galinhas e cabeças de gado de uma fazenda de sua propriedade, o que elevaria sua renda mensal para R$ 3 mil.
O pai de Gláucio revelou que o empresário Fábio Brasil, morto em março do ano passado, em Teresina (PI), devia R$ 70 mil, dívida perdoada pelo filho a pedido seu.
As oitivas prosseguem nesta terça-feira, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, a partir das 9h, quando outros acusados serão ouvidos.