O banco de reservas. Será esse o lugar mais apropriado para o atacante Neymar na próxima vez em que o técnico Luiz Felipe Scolari convocar a seleção brasileira. Se não é unânime, a opinião é compartilhada por um número crescente de torcedores e não é exagero afirmar que já é pensamento de dezenas de milhões de brasileiros. Não poderia ser diferente, ante as atuações cada vez mais apagadas do jogador do Santos com a camisa amarela.
Ontem, o jornalista Jorge Kajuru defendeu com veemência, em seu programa de televisão, o fim da titularidade absoluta de Neymar na seleção. Salto alto e falta de personalidade foram algumas das razões levantadas pelo experiente e polêmico cronista esportivo para o fraco desempenho do atacante em jogos do Brasil.
Assino embaixo e digo mais: Neymar ainda não provou nada na seleção e, da forma como vem jogando, está longe de fazê-lo. Mandá-lo para o banco seria uma forma não só de penalizá-lo por suas más atuações como também de evitar que ele se queime ainda mais aos olhos da torcida.
O Neymar da seleção é totalmente diferente do Neymar do Santos. Se com a camisa canarinho o jogador exibe um futebol não mais que razoável, em seu clube ele é decisivo, tornando-se protagonista na maioria das partidas. É preciso descobrir, primeiro, por que isso acontece. Só então será possível eliminar tamanha desigualdade. Se a causa for tática, que se façam os devidos ajustes. Sem esquecer, no entanto, que grandes atletas têm entre suas qualidades justamente a capacidade de se adaptar aos esquemas dos times em que jogam.
Faltando exatos 80 dias para a Copa das Confederações e pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, a seleção brasileira apresenta resultados nada expressivos, muito aquém do que se espera de uma equipe de tradição vitoriosa, que disputará em casa a mais importante competição do futebol mundial.
Muito disso se deve ao fraco desempenho de Neymar, que até pouco tempo era a principal esperança dos brasileiros para a conquista do hexa.