O Partido Democrático Trabalhista (PDT), que um dia já foi uma das legendas mais poderosas do Maranhão e chegou a eleger quatro prefeitos consecutivos em São Luís, um governador e vários deputados federais e estaduais, está hoje afundado em grave crise financeira. Atualmente, a legenda não dispõe de recursos sequer para pagar salários e outros direitos trabalhistas de seus funcionários. Sem dinheiro, os pedetistas encontraram uma solução nada convencional para manter suas atividades: transferiram para a Prefeitura de São Luís a obrigação de remunerar seus empregados.
O Diretório Estadual do PDT está situado em um antigo prédio da Rua dos Afogados, no Centro. Por seu aspecto físico decadente e movimento escasso de líderes e militantes, o imóvel nem de longe lembra os tempos gloriosos da sigla, cujos expoentes maiores foram o ex-governador e ex-prefeito Jackson Lago e o ex-deputado Neiva Moreira, ambos já falecidos.
Funcionários do partido denunciam que seus salários não são pagos há seis meses. Nesse período, também deixaram de receber férias e 13º. Segundo eles, a situação é de extrema penúria e atinge os quatro empregados da sigla.
Artifício
Em meio à crise, o comando pedetista buscou uma solução no mínimo controversa para manter o diretório em funcionamento. Arranjou cargos na Prefeitura de São Luís para três dos quatro funcionários, que assim continuam prestando serviço ao partido, mas recebem pelo Município. A medida, certamente, teve o aval do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PTC), já que o PDT foi um dos seus aliados mais destacados na campanha e goza de certa influência na gestão do petecista.
Os funcionários não poupam críticas ao presidente do PDT no Maranhão, Juliam Amin, atual superintendente regional do Trabalho no estado. Os empregados observam que, pelo cargo que ocupa, Amim deveria ser o primeiro a defendê-los e a se empenhar para resolver o problema. Eles dizem que já pensaram em procurar a Superitendência Regional do Trabalho, mas recuaram, pois o chefe do órgão é justamente aquele a quem culpam pelo descaso.