Até que se prove o contrário, a declaração dada pelo prefeito João Castelo (PSDB) ao repórter Gilberto Léda, do jornal O Estado do Maranhão, de que teme que seu sucessor, Edivaldo Holanda Júnior, tenha que promover muitas demissões para equilibrar a folha de pagamento do Município teve o único propósito de gerar polêmica neste período de transição. Faltando exatos 40 dias para sua posse, Edivaldo se depara com mais um embaraço, que exige dele postura firme e esclarecimento imediato.
Não bastasse o caos financeiro que herdará, agravado pela redução de R$ 200 milhões no orçamento municipal em 2013 em relação ao atual exercício, o prefeito eleito vem sendo surpreendido frequentemente por previsões nada animadoras sobre a administração municipal.
O colapso nos dois Socorrões e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é apenas um exemplo do fardo que Holandinha terá que carregar assim que sentar na cadeira de prefeito. Somada à crise na saúde, surge agora a ameaça de demissões, que, se for cumprida, causará sérios danos à popularidade do novo prefeito, logo no início do mandato.
Ainda inconformado com a derrota, Castelo pinta um cenário de tragédia, na intenção de intimidar o sucessor e, quem sabe, levá-lo a externar sinais de fraqueza antes mesmo de assumir o cargo. Em meio às previsões negativas, seria oportuno ao prefeito eleito vir a público mostrar que, de fato, tem competência para lidar com os problemas da cidade e para identificar e desqualificar blefes e factóides.
Foto: Biné Morais/O Estado do Maranhão