O Dia Mundial da Saúde Mental foi marcado por uma série de atividades em São Luís, ontem. Em meio às discussões acerca dos métodos de tratamento dos casos de insanidade, um tema veio logo à tona: as drogas, principal causa de distúrbios psiquiátricos entre os jovens. Um dos males mais nocivos à sociedade contemporânea, essas substâncias fazem cada vez mais vítimas e exibem um poder destrutivo que atinge milhões de famílias mundo afora.
Na capital maranhense, a droga do momento é o crack, que não só vem aumentando o número de internações em clínicas de recuperação como está na raiz de uma série de crimes perpetrados contra os cidadãos.
Em seu ciclo destrutivo, os entorpecentes não distinguem classes sociais. Tanto as camadas mais abastadas quanto a parcela menos afortunada da população sofrem em escala semelhante os efeitos maléficos das drogas. Seja rico, seja pobre, o consumo excessivo dessas substâncias por adultos jovens, adolescentes e até crianças leva ao caminho da internação, isso se a família e o próprio dependente tiverem consciência da necessidade de tratamento.
O apoio familiar, por sinal, é decisivo para a recuperação, pois a estadia dos jovens nas clínicas de recuperação é dramática e sujeita a recaídas. Sem suporte de parentes, o dependente tende a mergulhar cada vez mais no vício e, em muitos casos, passar a viver na indigência, quando não, na criminalidade. Nos dois casos, não raro, o destino do drogado é a morte prematura.
O problema das drogas é tão grave que levou o governo a tratá-lo como questão de saúde pública. Milhões em verbas vêm sendo investidos em campanhas educativas e em tratamento, mas o número de usuários parece crescer em ritmo muito maior que os esforços do poder público para combater a proliferação do vício. Daí a necessidade de inserir outros mecanismos na luta contra os entorpecentes.
Geralmente combinado com o consumo de crack, o álcool também faz estrago nas mentes dos usuários e responde por uma parcela significativa dos casos de doenças psiquiátricas. Por ser uma droga lícita, tem penetração ainda maior na sociedade, expondo quem consome ao risco de distúrbio se usado sem moderação. De forma explícita ou oculta, a bebida alcoólica também eleva as estatísticas de insanidade mental em São Luís.
Discutir o prejuízo causado pelas drogas à saúde mental é prioridade máxima em tempos de avanço do tráfico, que a cada dia arregimenta mais usuários. A reversão do quadro depende do esforço conjunto das autoridades, das famílias e dos próprios dependentes, já que a situação ora vivida é desfavorável a todos.
Editorial publicado nesta quarta-feira em O Estado do Maranhão