O acúmulo de lixo no Terminal da Integração do São Cristóvão, denunciado na edição de ontem de O Estado, é mais uma prova inequívoca do descaso da administração municipal com os cerca de 650 mil usuários de ônibus de São Luís. O caos é agravado pelos episódios recorrentes de violência, pela superlotação dos coletivos, sucateamento da frota e atrasos das viagens, o que torna o ato de se locomover a partir daquele espaço um exercício de paciência e, sobretudo, de resistência.
Dezenas de milhares de passageiros embarcam e desembarcam diariamente no Terminal do São Cristóvão, que por estar localizado em uma área com elevada densidade populacional, é o mais movimentado dos cinco terminais de integração que operam em São Luís. Mas o que era para ser um meio de proporcionar mais agilidade e conforto aos usuários do transporte público daquela região da capital nem de longe atende essa finalidade. Pelo contrário, é quase unânime entre os passageiros a opinião de que a situação só piorou e muitos atribuem a desordem à má gestão.
De fato, os cinco terminais de integração que operam em São Luís parecem sofrer com problemas gerenciais. Os inconvenientes aos usuários são praticamente os mesmos na Praia Grande, Distrito Industrial, Cohab/Cohatrac, Cohama e São Cristóvão: superlotação, atrasos, ônibus sucateados, limpeza deficiente e casos de violência, como furtos, assaltos e agressões. Portanto, os administradores têm plena ciência dos problemas que devem atacar. Se nada fazem, presume-se que é falta de interesse e/ou de competência.
Os prejuízos causados aos cidadãos que dependem desses serviços vão desde atrasos no trabalho a problemas de saúde decorrentes das viagens em ônibus superlotados. O suplício é tamanho que muitos usuários cada vez mais recorrem aos serviços de transporte não legalizados, como os táxis-lotação. Tal migração estimula ainda mais a pirataria, que aos poucos vê sua frota se aproximar em quantidade à dos meios convencionais, gerando perdas financeiras às empresas que exploram as linhas e impondo riscos à segurança dos passageiros.
No caso particular do terminal do São Cristóvão, o que se constata é a inviabilidade da sua operação ante a elevada demanda de passageiros e à ausência de um modelo gerencial que dê funcionalidade ao espaço. É importante ressaltar, entretanto, que a alta densidade populacional da região atendida favorece um maior faturamento para o sistema de transporte e, por consequência, a oferta de um transporte de qualidade. Se isso não ocorre é por causa de um contraste que precisa ser explicado.
O caos nos terminais de integração deriva também da falta de fiscalização por parte da Prefeitura de São Luís, que outorga as concessões às empresas para a exploração das linhas, mas não cobra delas a prestação de um melhor serviço. Visivelmente empenhado em permanecer no cargo por mais quatro anos, o prefeito João Castelo (PSDB) precisa fazer jus à sua pretensão com ações que levem os terminais a atender às necessidades dos usuários do transporte público.
Editorial publicado neste sábado em O Estado do Maranhão
Vale ressaltar ainda o elevado índice de violência que ocorre no local. Bandidos assaltando livremente a qualquer hora dentro do terminal, especificamente o do São Cristóvão.
A mão que suja infelizmente é desprovida de educação. E estes não são culpados por não tê-la, é que não tiveram oportunidade para vencer esta etapa. Utilizo o Terminal da Cohama e não é sujo, mas limpo. Percebe-se que a clientela é outra até pela localização do Terminal. O problema vai além desta esfera rasteira, mas de políticas públicas de Educação, Cidadania, Consciência Ecológica etc. A Educação vence tudo!