Foi acertada a decisão tomada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de só autorizar o retorno dos pacientes transferidos do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) por causa do incêndio da última segunda-feira depois de se certificar que a estrutura do prédio está plenamente segura. Embora alguns setores não tenham sido atingidos pelas chamas é preciso ter certeza de que itens como as redes elétrica e hidráulica, a central de ar condicionado e a tubulação de oxigênio, altamente vulneráveis a fatores externos como o calor, não foram afetadas.
Desde ontem, a direção do HCM trabalha incansavelmente para reativar os serviços da unidade de saúde. Uma equipe multidisciplinar formada por engenheiro hospitalar, engenheiro de segurança, técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, entre outros profissionais, faz a análise pericial do incêndio, a fim de apontar causas e conseqüências do incidente. As primeiras avaliações apontaram o caminho da prudência, que passou a nortear todas as ações da SES em relação ao caso.
Enquanto o Carlos Macieira não é liberado para receber de volta os pacientes, os atendimentos prosseguem no Hospital Geral, no Presidente Dutra, na Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no Socorrão I e no Hospital da Criança Odorico Amaral de Matos. O acompanhamento é feito pelos mesmos profissionais que os atendiam anteriormente, o que tem garantido a continuidade dos tratamentos, mesmo em condições desfavoráveis.
A limpeza e a reorganização dos espaços foram as tarefas mais árduas no dia seguinte ao incêndio. Um verdadeiro mutirão está em andamento para tornar o ambiente novamente apto à prática médico-hospitalar. Diante da urgência que o caso requer, a equipe do hospital tem se desdobrado para restabelecer a normalidade o quanto antes. Por enquanto, a única certeza que se tem é a de que todos os esforços estão sendo envidados para que o Carlos Macieira volte a atender com a qualidade que vinha marcando essa fase pós-reestruturação.
Paralelamente à reorganização dos espaços atingidos pelo fogo, a SES deve mobilizar os recursos que forem necessários para manter o tratamento dos pacientes transferidos. Como ainda não há prazo para a reativação do Carlos Macieira, as dezenas de enfermos graves obrigados a mudar de leito por causa do incêndio precisam de cuidados redobrados, pois agora dividem espaço com um número maior doentes, o que aumenta o risco de infecções, comuns ao ambiente hospitalar.
O incêndio no HCM gerou uma situação delicada, pois apesar da necessidade urgente de reativar os atendimentos é preciso tocar as ações com cautela, para que o processo tenha um desfecho positivo. Concebido em seu projeto de reforma como modelo para a saúde pública, o hospital, que se tornou referência pela qualidade dos serviços que presta, tem tudo para consolidar essa posição. Mas para que essa meta seja atingida é preciso agir corretamente agora.
Editorial publicado nesta quarta-feira em O Estado do Maranhão
Foto: Diego Chaves/O Estado do Maranhão