Planilha revela que a Pavetec recebeu mais de R$ 25 milhões somente nos três últimos meses de 2009, primeiro ano da gestão de Castelo
Operários da Pavetec Construções, empresa que detém com exclusividade os contratos para obras de tapa buracos e aplicação de nova camada asfáltica em ruas e avenidas de São Luís, cruzaram os braços para protestar contra o atraso do pagamento dos salários de junho. Os trabalhadores prometem só retomar as atividades depois que a empreiteira quitar os vencimentos.
Ao contrário dos demais fornecedores e prestadores de serviços ao Município, a Pavetec sempre foi tratada com generosidade pela gestão do prefeito João Castelo (PSDB). Contratada por R$ 115 milhões, a construtora é alvo de uma investigação do Ministério Público, que deu origem a uma Ação Civil Pública, ajuizada em setembro do ano passado. No inquérito, já remetido à Justiça, o MP acusa a prefeitura de favorecer a empresa.
Apesar de ser uma verdadeira mina de ouro, a Pavetec tem deixado seus operários à míngua, justamente no período de campanha eleitoral, quando os administradores públicos costumam agir com retidão para evitar desgaste político.
Diante da reivindicação dos operários, é fundamental que a empreiteira esclareça para onde está canalizando suas receitas.
Fecury: dependência financeira leva mulher a manter relação na qual sobram agressões e faltam amizade e afeto
O senador Clóvis Fecury (DEM-MA) deu parecer favorável a dois projetos de lei dos quais foi relator que instituem o Fundo Nacional de Amparo a Mulheres Agredidas e ajuda especial a famílias com idosos acima de 70 anos. Aprovadas pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), ambas as proposições preveem auxílio de um salário mínimo para os beneficiários.
De autoria do senador Jayme Campos (DEM-MT), o projeto de lei que institui o Fundo de Amparo a Mulheres Agredidas é destinado a auxiliar mulheres que, devido à violência doméstica, acabaram se separando de seus maridos ou companheiros.
O auxílio prevê uma ajuda pecuniária de pelo menos R$ 622,00 (valor do salário mínimo vigente), a ser paga durante 12 meses. A proposta inclui ainda treinamento profissional para que as mulheres possam se inserir ou se recolocar no mercado de trabalho.
Em seu relatório, Clóvis Fecury apoia a aprovação do texto, ressaltando que a proposição se junta a outras iniciativas que buscam fortalecer as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher, lideradas pela Lei Maria da Penha.
“O projeto ampara aquelas mulheres que, premidas pela dependência financeira e falta de capacitação para o trabalho, acabam mantendo relacionamentos nos quais sobram agressões e faltam afeto e amizade”, assinala o senador do Maranhão.
A proposta será analisada agora pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE).
Idosos
Clóvis Fecury foi relator de outro projeto de lei, o PLS 236/10, que institui a Ajuda Especial de Mantença para as famílias que mantêm sob seus cuidados idosos com mais de 70 anos de idade. O texto exige que, para serem beneficiadas, essas famílias tenham renda mensal per capita de no máximo um salário mínimo.
A proposta, apresentada em 2010, pelo ex-senador Jefferson Praia (AM), prevê um benefício de um salário mínimo por idoso com mais de 70anos.
Fecury defende a iniciativa. Em seu relatório, após citar informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele afirma que “a situação geral que se configura é a de uma categoria social, a dos idosos pobres, que experimenta a necessidade de cuidados crescentes ao mesmo tempo em que permanece como a base econômica da vida familiar”.
A próxima etapa na tramitação dessa matéria ocorrerá na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS).
Pistola achada em duna com auxílio de Jhonatan não teve procedência indetificada devido à raspagem da numeração
O diretor do Instituto de Criminalística (Icrim), Carlos Henrique Roxo, apresentou na manhã desta quarta-feira o resultado do exame de comparação balística da pistola .40 encontrada no último dia 5, em uma área de dunas, na Avenida Litorânea, apontada como a arma usada pelo pistoleiro Jhonatan de Sousa Silva para executar o jornalista Décio Sá. Segudo Roxo, a raspagem da numeração da pistola tornou impossível a identificação de sua procedência com os recursos tecnológicos de que dispõe o Icrim do Maranhão.
“Todas as possibilidades de identificar a procedência da pistola com os recursos que temos estão esgotadas”, sentenciou o diretor do Icrim. “A pessoa que raspou a numeração da arma o fez com a intenção de prepará-la para a prática do crime”, assegurou Roxo, acrescentando que outras 20 pistolas foram periciadas por sua equipe com o intuito de identificar de forma precisa a que foi usada para matar o jornalista.
Após a perícia, a pistola foi devolvida à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), que deverá tomar outras providências para tentar identificar sua procedência. “Agora, a Seic deverá encaminhar a arma para um centro mais avançado, talvez Brasília ou Rio Grande do Sul”, cogitou o diretor do Icrim.
A pistola foi encontrada graças à indicação feita pelo próprio Jhonatan, que assim desmentiu versão anterior dada por ele próprio à polícia de que a havia jogado no mar quando viajava de ferry-boat de volta ao Pará, três após ter assassinado Décio. O pistoleiro apontou o trecho de duna onde provavelmente havia enterrado a arma, localizada pelos peritos com o auxílio de um detector de metal.
O jornalista Décio Sá foi assassinado com cinco tiros na noite de 23 de abril, no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea. Sete das oito pessoas presas por suspeita de envolvimento no crime continuam detidas. Uma delas é o ex-subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Fábio Aurélio Saraiva Silva, 36 anos, que segundo as investigações teria cedido a arma para a prática do assassinato.
Na última sexta-feira, a Justiça, atendendo solicitação da Secretaria de Segurança Pública, prorrogou a prisão temporária dos envolvidos por mais 30 dias.
Décio Sá, 42 anos, era repórter da editoria de Política do jornal O Estado do Maranhão, onde trabalhava há 12 anos, e mantinha o blog jornalístico mais acessado do estado.
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