Dados publicados pela Press Emblem Campaign (PEC), entidade suíça dedicada a defender a liberdade de imprensa, apontam o Brasil como o quinto país onde mais se assassinou jornalistas no ano de 2012.
Segundo O Estado de S. Paulo, seis jornalistas foram mortos no Brasil apenas no primeiro semestre do ano, entre eles o blogueiro e repórter da editoria de Política do jornal O Estado do Maranhão Décio Sá. Os números geraram indignação, levando inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU) a pedir publicamente medidas de autoridades para assegurar o trabalho dos profissionais.
Os assassinatos no país levaram o Brasil a transformar a América Latina no lugar mais perigoso para a profissão. As mortes no país superam incidentes no Iraque e Afeganistão, juntos.
De acordo com o levantamento, 72 jornalistas foram mortos somente nos primeiros seis meses de 2012, em 21 países. As informações correspondem a 33% acima do que foi registrado em 2011.
Nos seis primeiros meses deste ano, seis jornalistas foram assassinados no Brasil, número que representa todas a quantidade de mortes desses profissionais no ano de 2011, informou o site da Câmara dos Deputados.
Agentes públicos são maiores agressores
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a violência contra os jornalistas não está relacionada apenas aos assassinatos, mas também às agressões físicas, ofensas e ameaças. Relatórios elaborados pela federação revelam que a maior parte da violência contra profissionais da imprensa parte de agentes públicos, principalmente políticos estaduais e municipais e policiais locais.
José Carlos Torves, representante da Fenaj, afirma que muitos dos crimes acontecem por causa da impunidade, já que os criminosos têm a sensação de que não serão punidos pelos seus atos. Torves está defendendo a aprovação de um projeto para a federalização dos crimes contra a atividade jornalística.
“Há uma situação já comprovada de que todos os crimes que ocorrem contra jornalistas no interior do Brasil acabam sendo engavetados. Por um conluio de várias autoridades políticas e policiais, os crimes nunca são esclarecidos. Então, com a federalização, nós acreditamos que vai sair desse controle paroquial e vai haver a apuração do caso pela Polícia Federal”, afirmou Torves.
Fonte: Portal Imprensa