Em pleno ano em que comemora o seu quarto centenário, São Luís vive uma era de retrocessos. Fatos e situações que há muito tempo não se viam na cidade passaram a se repetir em cascata, para desgosto e vergonha da população. Patrono dessa sucessão de absurdos, o prefeito João Castelo (PSDB) caminha para um fim de mandato melancólico e deixará o atraso como principal marca de sua gestão.
A situação mais recente a simbolizar o retrocesso é a volta do uso dos passes escolares de papel, que haviam sido substituídos desde 2005 pelos cartões informatizados, em nome da modernidade e da maior segurança contra fraudes. Motivo: uma pane no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA), que segundo versão oficial foi causada por problemas técnicos, embora nos bastidores se aponte como razão o atraso de pagamento à empresa prestadora do serviço.
O atraso no ano letivo na rede municipal é outro exemplo de quanto São Luís caminhou para trás nos últimos anos. Cumprido religiosamente desde a década de 90, o cronograma está defasado na maioria das escolas este ano. Em algumas, o déficit no calendário já se aproxima de três meses, para desespero de pais, alunos, diretores e professores. Novamente, o motivo é o mais absurdo possível: a falta de entendimento entre a administração municipal e professores e as obras de reforma em escolas, anunciadas desde janeiro, mas iniciadas somente em meados de março.
Crise na limpeza pública, sucateamento da saúde, falta de manutenção das vias públicas e até atraso de salários de servidores terceirizados completam o cenário de retrocesso. Uma situação lamentável, que ofusca o brilho da festa que se pretende fazer pelos 400 anos de São Luís.
Foto: Biné Morais/O Estado do Maranhão