A ausência do poder público municipal no cotidiano de São Luís, que nos dias úteis já é visível, mostra-se escancarada aos fins de semana. Com a redução do efetivo para atuar no policiamento, fiscalização de trânsito e outras ações que visem garantir a ordem urbana, os infratores encontram caminho livre para cometer os mais absurdos atos de desrespeito à lei.
Sem a ação repressora das autoridades, a criminalidade aumenta a partir das noites de sexta-feira e madrugada de sábado, se mantendo em níveis elevados até o domingo. As ocorrências de trânsito também registram significativa elevação, tanto em quantidade como em gravidade.
O fim de semana que passou foi um exemplo dessa tendência assustadora. Entre a manhã de sábado e a tarde de ontem, foram registrados cinco homicídios, dezenas de assaltos e vários outros delitos. O trânsito também foi marcado pela violência, com queda de postes atingidos por carros em alta velocidade e destruição de uma parada de ônibus, na avenida Jerônimo de Albuquerque, no Angelim, por um veículo desgovernado.
Tomadas pela euforia devido à ingestão de bebidas alcoólicas e ao uso de drogas ilícitas, cujo consumo aumenta exponencialmente nos dias de folga, muitas pessoas assumem comportamento arriscado, colocando a própria vida e a de outrem em perigo. A escalada da violência se dá, principalmente, pela ação de criminosos, mas não raro cidadãos considerados de bem se envolvem em episódios de afronta à lei.
Mesmo cientes de que tal característica se repete invariavelmente aos fins de semana, as autoridades municipais não se articulam com as estaduais para adotar plano que vise coibir excessos.
Reforçar a atuação das forças de segurança e demais órgãos responsáveis pela manutenção da ordem pública é uma ação a ser executada com urgência. Com mais de 1 milhão de habitantes, a região metropolitana de São Luís tornou-se um ambiente de extrema agitação, com festas e diversos outros eventos de grande concentração popular, que requerem maior controle policial, fiscalização de trânsito efetiva e outras iniciativas que visem prevenir infrações.
É preciso frear a violência que costuma marcar os fins de semana na capital maranhense e municípios vizinhos. A população já não suporta acordar às segundas-feiras com um saldo elevado de homicídios, assaltos, acidentes de trânsito e outras ocorrências graves. Reverter esse quadro é uma questão que deve ser encarada como prioridade máxima pelos governantes.
Editorial publicado nesta segunda-feira em O Estado do Maranhão
Foto: De Jesus/O Estado do Maranhão