No próximo dia 15 de março, quinta-feira, uma delegação de alto nível da Argentina visitará o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, considerado um dos locais mais privilegiados do mundo para lançamentos espaciais seguros, econômicos e competitivos.
A visita atende ao convite formulado, em 2011, pelo então presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp, hoje Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, durante reunião no Itamaraty sobre a cooperação entre os dois países para o uso pacífico do espaço exterior.
A comitiva visitante será presidida pelo embaixador Luis María Kreckler, representante do Governo da Argentina em Brasília. Seus demais membros são: Ministro Gustavo Eduardo Ainchil, Diretor de Segurança Internacional, Assuntos Nucleares e Espaciais do Ministério das Relações Exteriores; Conrado Franco Varotto, físico, Diretor Executivo e Técnico da da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE); Brigadeiro Genaro Sciola, membro da Diretoria da CONAE; dois Ministros da Embaixada da Argentina em Brasília Fernando Brun e Fabián Oddone (Cônsul Geral e coordenador dos assuntos de Política Externa, Defesa e Segurança), e o Secretário Jorge Maximiliano Alaniz Rodríguez.
De parte do Brasil, acompanharão a comitiva argentina representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e da Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como da Agência Espacial Brasileira. Essa será a primeira visita ao CLA de uma delegação oficial da Argentina.
Os visitantes vão conhecer as instalações já existentes e as que estão em construção no CLA, além de participar de um sobrevoo panorâmico em helicóptero sobre Alcântara para ter uma visão ampla da região e do projeto como um todo. No prédio principal, encontra-se o Centro Técnico, que ocupa área de cerca de 10.000 m2, em três pavimentos. É o epicentro do conjunto completo de estações. Ali serão feitas, para os argentinos, apresentações sobre a história, a evolução e o potencial do CLA, revelando dados, imagens e perspectivas dos programas e projetos em andamento.
No novo Centro de Comando e Controle de lançamentos, estão os terminais de todos os sistemas de modo integrado e sincronizado. A visão da nova e moderna plataforma de lançamento para o VSL-1 e os lançadores que vierem a seguir é impressionante. A plataforma especial para lançar o Cyclone 4, em 2013, está em construção e também será vista pela delegação argentina. O Cyclone 4 é fruto da cooperação Brasil-Ucrânia e busca entrar no mercado mundial de lançamentos comerciais, com uma opção capaz de garantir segurança e preço competitivo.
A delegação argentina também terá oportunidade de conhecer a antiga cidade de Alcântara, relíquia histórica dos tempos coloniais.
O CLA pode vir a ser parte importante da cooperação espacial Brasil-Argentina, se objetivos mais ambiciosos e arrojados forem adotados mutuamente. Lançadores e satélites do programa espacial argentino certamente terão ganhos e benefícios consideráveis ao serem lançados do CLA, a começar pelas vantagens da própria geografia do local, que permite lançamentos tanto equatoriais quanto polares, com alto nível de segurança.
O Centro Espacial Guianês, em Kourou, na Guiana Francesa, é definido como “A Porta Europeia para o Espaço”, conforme se lê no alto de seu majestoso portão de entrada.
Pois o Centro Espacial de Alcântara (CLA) poderá passar a ser visto como “A Porta Latino-Americana para o Espaço”.
O CLA oferece todas as condições e qualidades para estimular o desenvolvimento dos programas espaciais dos países da região. E a Argentina, em especial, tem tudo para ser o primeiro país do continente a poder vislumbrar ganhos concretos e efetivos com essa espécie de integração. A ideia me parece promissora e sedutora. Há não só possibilidades, mas probabilidades verdadeiras. Então é hora de sentar e conversar.
A visita ao CLA pode ser o início de um grande salto na colaboração entre Brasil-Argentina. Um salto capaz de atingir o espaço exterior, de onde podemos retirar – juntos – muitas riquezas, dados preciosos e serviços de primeira necessidade.
Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)