Professor da UFMA diz que naufrágio poderia beneficiar ecossistema marinho da Baía de São Marcos

1comentário
Engenheiro da STX Pan Ocean sobe em cargueiro para verificar rachaduras no casco

O professor doutor Marcos Valério, chefe do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), não acredita que o navio sul-coreano Vale Beijing, alugado pela companhia Vale e que está com rachaduras, corra o risco de afundar. Ele explica que nesse possível processo de naufrágio, o minério de ferro, ao cair na corrente da Baía de São Marcos, poderia causar um benefício, num primeiro momento, para o fitoplâncton, isto é, as algas que produzem energia para manter o ecossistema em equilíbrio.

Nesta perspectiva, o minério de ferro poderia favorecer o crescimento do fitoplâncton e, consequentemente, aumentar a disponibilidade de energia para os demais níveis tróficos. Mas, num segundo momento, caso o minério de ferro não fosse totalmente dissolvido na coluna de água, ele poderia provocar sombreamento, o que causaria um problema na penetração dos raios solares no mar.

Na opinião do professor, o mais grave é que o minério de ferro poderia começar a entrar na cadeia trófica e chegar até os peixes, podendo representar danos ao seu aspecto reprodutivo. “Eu acredito que a Baía de São Marcos tem um volume de água e um prisma de maré muito grande, com marés de até 7 metros de altura, além de uma corrente que também favoreceria a dispersão do minério”, conclui.

Viagem inaugural

O navio sul-coreano Vale Beijing pertence à empresa STX Pan Ocean e foi contratado pela Vale para transporte do minério por um prazo de 25 anos. Esta seria a sua viagem inaugural, mas as rachaduras que apareceram no seu casco impediram que o navio seguisse viagem para o Porto de Roterdam, na Holanda.

Na última terça-feira, o cargueiro deixou o Porto da Ponta da Madeira e está a uma distância de aproximadamente 9 km da costa, a fim de que os técnicos da empresa realizem as primeiras inspeções para verificar o que causou o problema. Apesar de ter sido aberto um inquérito administrativo para investigação pela Capitania dos Portos do Maranhão, as causas continuam desconhecidas. Mas especula-se que o rompimento de dois tanques de lastro teria ocasionado a entrada de água do mar para o interior dos tanques e desestabilizado a embarcação.

Foto: Biaman Prado/O Estado do Maranhão

1 comentário para "Professor da UFMA diz que naufrágio poderia beneficiar ecossistema marinho da Baía de São Marcos"


  1. Tony Meneses

    Daniel, acabo de receber a notícia que a http://www.Svitzer.com foi contratada para retirar o óleo do navio. Essa empresa é uma das mais importantes do mundo em salvatagem maritima. Eles possuem rebocadores que podem navegar com força total por mais de 40 dias sem parar.

deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS