Obras que se arrastam

0comentário
Material de construção amontoado na obra do canal do Coroado

Reportagem especial publicada neste domingo pelo jornal O Estado do Maranhão, assinada pelo repórter Wilson Lima, denuncia a paralisação e a lentidão de várias obras iniciadas pela Prefeitura de São Luís. Entre os serviços parados e os que já excederam e muito o prazo de conclusão estão o canal do Coroado, a rede de drenagem da avenida Magalhães de Almeida e Mercado Central, duas escolas, a sede administrativa do Município, no prédio do antigo Banco do Estado do Maranhão (BEM), na rua do Egito, no Centro, e até um posto de saúde, na Vila Embratel. 

A reportagem revela que em muitos casos o motivo da não conclusão das obras é a falta de pagamento por parte da prefeitura. No caso específico do canal do Coroado, o problema parece ser de planejamento, já que o projeto não previu que a determinada altura do serviço as escavações só poderiam ser feitas manulmente, não mecanicamente, o que retardou ainda mais os trabalhos e prolongou o tormento a moradores e a quem passa a pé ou de carro por aquela região da capital.

Em andamento há mais de um ano, obra na Magalhães de Almeida já está cercada por mato

Todas as obras paralisadas ou que se arrastam guardam uma característica em comum: o transtorno causado à população. Um dos exemplos mais evidentes é a construção da rede de drenagem da avenida Magalhães de Almeida e Mercado Central. A intervenção completou um ano em setembro, comprometendo o movimento do comércio na área. As consequencias foram a queda de faturamento de lojas, armazéns e demais estabelecimentos e dezenas de demissões. O interminável serviço também causa grave prejuízo ao trânsito, que tornou-se ainda mais caótico e perigoso, e deixa o ambiente inóspito, devido à densa poeira no local.

Outra obra que, pela lentidão observada, continuará causando transtornos por muito tempo é a construção do canal do Coroado. O serviço provocou a interdição parcial do tráfego na avenida dos Africanos, impondo um verdadeiro exercício de paciência aos motoristas que por ali trafegam. Com a proximidade do período chuvoso, a tendência é que os moradores voltem a sofrer com a inundação de ruas e casas, como em anos anteriores.  

Prejuízo à educação      

Ao não providenciar a conclusão das obras em duas escolas municipais, no Bequimão e na Cidade Operária, a Prefeitura de São Luís viola gravemente o direito à educação. Sem funcionar, as duas unidades de ensino deixam de atender centenas de crianças, que são obrigadas a estudar longe de casa por pura negligência da administração municipal. A escola do Bequimão começou a ser construída há quase 10 anos, foi abandonada e, devido ao não

Construção de escola na Cidade Operária foi abandonada e já não conta mais com vigilância

acabamento do serviço e ao abandono, serve de abrigo para marginais, está sendo saqueada e vandalizada. A mesma situação deprimente pode ser constatada na unidade de ensino da Cidade Operária, que já não conta mais sequer com vigilantes.    

O estranho é que apesar das evidências de descaso e dos incômodos causados à população, a administração municipal trata a situação com naturalidade. Em nota, nega que haja obras paralisadas e estabelece prazos para a conclusão de todas as intervenções.  Verdade é ou não, é obrigação não só da imprensa, mas de todos os ludovicenses cobrar solução para tão grave problema.

Fotos: Douglas Jr./Biné Morais/O Estado do Maranhao

Sem comentário para "Obras que se arrastam"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS