Greves de médicos e bancários: haja sofrimento para a população
Uma está às vésperas de completar um mês sem sinal de desfecho. A outra entrou em seu 14º dia hoje sem qualquer chance de acordo. Refiro-me aqui às greves de médicos que atendem planos de saúde e de bancários, que tantos incovenientes têm causado a milhares de cidadãos no Maranhão. Os movimentos, por deixar em colapso dois dos mais importantes segmentos da sociedade, penalizam um grande número de pessoas, que além de ter direitos negados, são obrigadas a assistir impotentes a embates motivados pela ganância.
É evidente que as reivindicações de médicos e funcionários de bancos é justa. Qualquer categoria profissional deve buscar sempre melhorias a seus membros. A luta por benefícios, entretanto, deve sempre ser pautada pelo bom senso. Nesse sentido, é fundamental pesar prós e contras das medidas adotadas durante a paralisação, dispensando atenção especial às conseqüências que o movimento trará à população.
Por outro lado, planos de saúde e banqueiros não têm demonstrado sensibilidade com os pleitos dos empregados e muito menos com os transtornos que as greves vêm causando à sociedade. Alegando falta de recursos para anteder às reivindicações, as operadoras pouco têm cedido às propostas encaminhadas pelos trabalhadores. Resultado: as negociações não avançam, instalando um impasse de difícil solução.
Pelo que se observa, a chance de acordos que ponham fim às duas paralisações ainda é remota. Enquanto isso, pacientes de planos de saúde e usuários do sistema bancário ficam privados de fazer exames, consultas, saques e até mesmo da retirada de simples extratos. No caso específico dos bancos, pode-se argumentar que a maior parte dos serviços está à disposição nos terminais de caixa eletrônico. Entretanto, não se pode esquecer que boa parte das pessoas, principalmente idosos, ainda é inapta a lidar com os equipamentos e que com a ausência dos funcionários para programar as máquinas, sua capacidade de operação fica limitada.
Sem qualquer sinalização de acordo, o impasse continua. É hora, portanto, de a sociedade pressionar para fazer valer os seus direitos.