O governador Jackson Lago (PDT) fez publicar na edição do Diário Oficial do Estado do último dia 1º decreto que destina R$ 8,8 milhões ao Fundo Especial do Ministério Público Estadual. O recurso, liberado um dia depois de a Justiça ter proibido a gastança, é só mais uma pequena fração da farra orçamentária que o pedetista passou a promover tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar seu mandato por compra de votos e abuso de poder político.
A verba será administrada pela procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, alçada ao cargo mesmo tendo sido a candidata menos votada da listra tríplice enviada ao governador pelo MP. Em dezembro do ano passado, no auge da expectativa do julgamento em que o TSE cassou Jackson e seu vice, Luiz Carlos Porto, Travassos esteve em Brasília e assistiu a algumas sessões no plenário da corte. A procuradora nomeou ainda o economista Jerônimo Leite, pai do advogado Daniel Leite, que defendeu o governador no processo de cassação, diretor-geral do Ministério Público.
O decreto, de nº 25.243, explica que o crédito, assim como os demais, decorre de superávit financeiro apurado ano passado no balanço patrimonial do estado e no balanço patrimonial do próprio Fundo Especial do Ministério Público.
Sem bem usado, o saldo financeiro positivo pode fazer muito bem à população maranhense. Mas, neste momento de intensa turbulência política por que passa o estado, tanta generosidade desperta desconfiança.