Depois das duas fugas em massa registradas nos últimos dias 24 e 26 de setembro na Penitenciária Jorge Vieira, em Timon, a secretária de Segurança Cidadã, Eurídice Vidigal, determinou, por meio de portaria, que a gestão do presídio seja compartilhada entre a atual direção do presídio e a Polícia Militar. A alegação é de que o pequeno efetivo de agentes penitenciários e a superlotação na unidade prisional – que acarreta uma considerável movimentação de presos para encaminhar às audiências judiciais e aos atendimentos hospitalares – favorecem não só as fugas, mas também a revolta dos detentos, o que pode resultar em rebeliões.
Para assumir a co-gestão, foi designado o capitão PM Hudson Carneiro Vieira. Ele cuidará exclusivamente das funções de segurança da unidade prisional, enquanto o atual diretor, Amaury de Oliveira Chaves, ficará encarregado da parte administrativa. Sendo assim, caberão ao militar a movimentação de presos (entre celas e escoltas), elaboração das escalas de serviço de militares e agentes penitenciários, revistas e inspeções nas instações físicas do presídio, revistas de visitantes e familiares e todos os atos que envolvam a segurança da unidade e do detento.
Ao atual diretor restarão atribuições como expedição de atestados, ofícios junto às instituições judiciárias e ao Ministério Público, encaminhamentos a hospitais, atendimentos a familiares, atendimento aos benefícios do preso e a incidentes ocorridos na execução da pena e todos os atos ligados à administração da penitenciária.
Em primeira análise, a medida soa como uma estratégia que pode ser eficaz para a manutenção da ordem no presídio. Porém, uma observação mais atenta permite perceber o pequeno grau de confiança da secretária Eurídice Vidilga secretária em relação aos agentes penitenciários.