Recuperação de celas da CCPJ de Pedrinhas destruídas em rebelião ainda não começou
Seis dias após a rebelião que resultou na destruição das 40 celas da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas, mais de 300 detentos continuam desalojados. Segundo uma fonte de dentro do presídio, as obras de recuperação dos quatro pavilhões ainda não começaram e centenas de detentos permanecem amontoados nos corredores.
Agentes penitenciários responsáveis pela guarda dos presos trabalham em clima de extrema tensão. Com os apenados fora da cela, dizem eles, a CCPJ virou um barril de pólvora, prestes a explodir a qualquer momento. Para tentar evitar um novo motim, a Secretaria de Segurança Cidadã mantém no presídio homens do Grupo Tático Aéreo (GTA) e do Batalhão de Missões Especiais (BME), da Polícia Militar.
Apenas quatro agentes penitenciários trabalham por turno na CCPJ. Eles são obrigados a cumprir uma jornada de 24 horas por 72 horas. Se em condições normais a situação já é crítica, tendo em vista o pequeno efetivo, imagine nos últimos dias, em que esses profissionais estão vulneráveis e muito mais temerosos por sua integridade física.
Cadeião
O clima no Centro de Detenção Provisória de Presos de Justiça, o popular Cadeião, também ficou tenso após a fuga de oito presos, na madrugada do último domingo. Famílias que moram nas proximidades estão apavoradas com a violência no presídio. Informações dão conta ainda que os monitores da empresa contratada pela Sesec para administrar a unidade prisional não recebem salários há dois meses.
Com tantos fatos negativos, é de estranhar que a secretária Eurídice Vidigal fale em uma suposta trama com o objetivo de desestabilizá-la no cargo. Em vez de tentar justificar de forma tão ridícula e sem sustentação as falhas no sistema de segurança, seria mais sensato procurar tirar lições dos erros. Só assim, ela terá chance de apagar o rastro de incompetência que marca sua gestão.