Policiais civis, agentes penitenciários e peritos criminais decidiram manter a greve iniciada há 28 dias pelas três categorias. Após voltarem pela continuidade da paralisação, em assembléia-geral realizada na manhã de hoje, em frente ao Plantão Central da Beira-mar, dezenas de manifestantes seguiram em passeata até o Palácio dos Leões e a Assembléia Legislativa.
Ontem à noite, representantes das três categorias se reuniram com o chefe da Casa Civil, Aderson Lago, para negociar o fim do movimento. Na ocasião, foi apresentada aos grevistas a proposta de alteração do decreto nº 24.167/2008, prevendo inclusão de representantes dos policiais civis, agentes penitenciários e peritos criminais na elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Salários da segurança e uma gratificação como forma de retribuição pelo trabalho em local de difícil provimento.
A proposta, assinada pelo secretário estadual de Planejamento e Orçamento, Abdelaziz Santos, não contemplou integralmente a pauta de reivindicações dos grevistas, mas representou o primeiro sinal de avanço nas negociações.
No entanto, o fato de o governo ter acionado a Justiça na tentativa de obter a decretação da ilegalidade da greve foi interpretado como trairagem e foi decisivo para que os trabalhadores da segurança rejeitassem a proposta.
Muitos manifestantes reagiram indignados à manobra governamental e externaram seu descontentamento durante a passeata. Os deputados Raimundo Cutrim (DEM), vice-presidente da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa, e Max Barros (DEM), fizeram discursos em defesa dos grevistas quando estes se concentraram em frente à sede do Poder Legislativo.
O comando de greve tem 15 dias para provar à Justiça que o movimento não é ilegal, como quer o Palácio dos Leões. Nesse período não há qualquer indício de nova negociação.