serviços que dão certo é remar contra a maré
Tadeu fez declarações que atingiram
governo do aliado Jackson Lago
Não se sabe e talvez nunca se descubra se o prefeito Tadeu Palácio quis atingir o governador Jackson Lago ao dizer, em resposta às críticas que recebeu por firmar contratos sem licitação com as empresas Limpel e Limp Fort, que querer acabar com um serviço que vem dando certo é remar contra maré. Mas, é inegável que ao fazer tal declaração o prefeito tocou em uma das muitas feridas do combalido governo Jackson Lago: a aptidão para arruinar serviços que vinham dando certo em governos anteriores.
Ao formular sua idéia e verbalizá-la, Tadeu talvez tenha esquecido ou não que em 14 meses de gestão, o que mais o seu aliado Jackson Lago fez foi justamente transformar em desastre serviços públicos antes considerados modelos de eficiência.
Senão vejamos: antes da ascensão do pedetista ao Palácio dos Leões, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que por sinal tem como diretor-geral Fernando Palácio, irmão do prefeito, oferecia um atendimento de alta qualidade. Os exames teóricos e práticos para emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) eram feitos com agilidade, o que elevou o nível de satisfação do público.
Hoje, o Detran é o retrato do descaso. A Fundação Carlos Chagas, que em 2001 assumiu o controle do processo de emissão da CNH, foi forçada a romper o contrato com o órgão por ter levado um calote de cerca de R$ 3 milhões do governo. Em seu lugar, Jackson contratou uma tal Fatec, do Rio Grande do Sul. Meses depois, descobriu-se que a instituição estava envolvida em um esquema de desvios de recursos do Detran gaúcho, o que levou a novo cancelamento de contrato. Atualmente, a emissão da carteira de motorista no Maranhão está a cargo da desconhecida ABN, que realiza um serviço marcado pela desorganização, alvo de protestos indignados de donos de auto-escola e alunos, prejudicados ante a dificuldade que enfrentam para obter a permissão para dirigir.
Outra prova da sanha destruidora de Jackson é a situação de calamidade hoje enfrentada por pacientes e profissionais do Hospital Carlos Macieira, cuja atribuição maior é atender os funcionários públicos e seus dependentes. O caso da unidade de saúde é ainda mais preocupante, pois o governador conseguiu piorar uma situação que já não era boa. Se sob a administração do Instituto Cidadania e Natureza (ICN), contratado pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, os serviços médicos prestados pelo HCM eram considerados ruins, no governo jackista o caos se instalou de vez, com greve de médicos, falta de material hospitalar e pacientes dormindo nos corredores.
A educação, que já vinha sendo desmantelada no governo José Reinaldo Tavares, está em ruínas na atual gestão. A greve de três meses de professores, ano passado, atestou a falta de compromisso de Jackson com essa área tão importante. O resultado é que no terceiro mês de 2008, alunos e professores ainda tentam concluir o ano letivo passado. Maiores prejudicados, os estudantes certamente arcarão com as conseqüências do caos no ensino. Por causa do atraso do calendário, os conteúdos não lhes foram repassados devidamente, o que limitou o aprendizado.
Existem muitos outros exemplos do esfacelamento patrocinado pela administração de Jackson em diferentes áreas do serviço público. Mas, por questão de espaço, me detenho nos três aqui citados, que certamente dão a dimensão exata do retrocesso em que vivem os maranhenses no governo da libertação.