titulação e progressão a professores
Jackson faz média, mas parece não priorizar educação
Os 6.911 professores da rede estadual de ensino que obtiveram titulação e progressão na carreira por meio de ato assinado pelo governador Jackson Lago em 14 de janeiro último ainda não receberam os valores referentes aos benefícios. Insatisfeitos, os docentes já começam a procurar a imprensa para exigir que o governador cumpra o compromisso firmado com a categoria.
Para anunciar o seu feito em favor dos professores, o governo patrocinou uma propaganda maciça em jornais, emissoras de rádio, TV, portais de Internet e até em outdoors espalhados por diferentes pontos do Maranhão. O ato que concedeu as progressões e titulações foi assinado em uma solenidade pomposa, no Palácio Henrique de La Rocque, da qual participaram, além de Jackson e o secretário de Educação, Lourenço Vieira da Silva, dirigentes do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Pública (Sinproesemma) e centenas de professores. Na ocasião, foram nomeados 1.716 novos professores e supervisores escolares aprovados em concurso público.
A propaganda veiculada na TV mostrou o exato momento da assinatura do ato. Alguns professores foram escalados para dar depoimento em favor do governo. Ingênuo, um jovem docente elogiou e agradeceu à administração estadual pela concessão do benefício, imagem que foi exibida para todo o estado. Foram milhões gastos para divulgar uma promessa que ainda não saiu do papel.
Passado quase um mês, os educadores ainda esperam receber o acréscimo em suas remunerações. Muitos já haviam conquistado esse direito há bastante tempo por serem detentores de títulos de especialistas, mestres e até doutores, sem que suas qualificações fossem reconhecidas.
Resta ao governo cumprir sua promessa, que está devidamente registrada em documento formal e em páginas de jornais, gravações de rádio e imagens de TV. Se a intenção de Jackson Lago era alardear um feito que não é mais do que sua obrigação para limpar sua imagem de algoz de professores, a propaganda, até agora enganosa, é mais uma prova de que o governo atual não prioriza a educação.