Juiz é assaltado em posto de combustíveis na Cohama

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O juiz do Trabalho Francisco Tarcísio Almeida de Araújo teve o carro e vários outros pertences roubados durante um assalto ocorrido ontem à noite em um posto de combustíveis na Cohama. Dois homens armados levaram a renda que estava em poder dos frentistas e depois investiram contra os clientes, entre eles o magistrado.

O assalto aconteceu por volta das 21h15. O juiz havia acabado de estacionar seu veículo, uma Hilux, para abastecer quando foi abordado pelos dois bandidos.

De armas em punho, a dupla rendeu facilmente o juiz. Os assaltantes levaram do magistrado a carteira funcional da Justiça do Trabalho, cartões de crédito, documentos do veículo, o registro de uma pistola .40, R$ 500,00 em espécie, para em seguida fugir na caminhonete da vítima.

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Maranhão sob o jugo do retrocesso

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Uma só palavra define o Maranhão nos últimos cinco anos: retrocesso. É inadmissível que dezenas de bens públicos entregues à população entre a metade da década passada até o início dos anos 2000 estejam abandonados pelo simples fato de não terem a assinatura daqueles que hoje estão no poder. Destituídos de qualquer honradez, os usurpadores não se preocupam com o legado de estragos que deixarão às gerações futuras.

Em uma breve mas proveitosa conversa que tive ontem com o artista plástico Jesus Santos, profundo conhecedor das belezas naturais e das obras humanas existentes no Maranhão, tive a real dimensão do quanto o patrimônio legado a nós está sendo degradado e saqueado. Não por ladrões ou vândalos comuns, daqueles que se encontra em qualquer esquina deste estado cada vez mais violento, mas pelo pensamento retrógrado e, por que não dizer, mesquinho de uma laia de pseudos homens públicos.

Movidos tão somente pela sede de poder, esses algozes do povo do Maranhão são capazes de atos mil vezes mais condenáveis do que as atrocidades que atribuíam aos adversários políticos que eles se vangloriam por ter destronado.

Para não ser mal interpretado por reinaldistas, jackistas, palacistas, castelistas e outros “istas” de plantão, cito, de imediato, algumas razões que me levaram a tal conclusão. Vamos a elas:

Como pode o Parque da Lagoa da Jansen, obra que proporcionou bem estar imensurável aos ludovicenses, ter se transformado, em tão pouco tempo, em retrato do descaso? A indignação é tão grande que até uma associação foi fundada por moradores para cobrar sua recuperação;

E o que falar das estações do Bacanga e do Jaracati? Construídas no início da década com a finalidade de tratar o esgoto lançado pelas áreas situadas em seu entorno e reduzir a quase zero a poluição no mar e em rios da capital, ambas jamais operaram porque a Caema deixou de fazer a ligação entre as redes coletoras, o oceano e os diversos cursos d’água que cortam a Ilha, onde toneladas de dejetos in natura continuam sendo despejadas diariamente;

O Centro Histórico, cuja beleza arquitetônica foi fundamental para que São Luís obtivesse, em 1997, o título de Patrimônio da Humanidade, é outro exemplo do abandono. Em vez de conservar e aperfeiçoar esse inestimável bem patrimonial, os governantes de agora ignoram a deterioração do calçamento, os assaltos, o avanço do tráfico e outros males que afugentam turistas e mancham a imagem da cidade Brasil afora;

O péssimo estado de conservação da MA-402, estrada que liga São Luís a Barreirinhas, que encurtou a distância por terra entre a capital e o Parque dos Lençóis Maranhenses, também denuncia a falta de compromisso da horda de malfeitores que hoje domina o estado. Com sua incompetência, a “falange libertadora” inviabiliza as chances daquela região tornar-se um dos principais pólos de turismo do planeta, projeto que tinha tudo para tornar-se realidade;

A sanha vingativa, o revanchismo e a mesquinharia da “frente que caminha para trás” também sepultou o projeto de instalação, pela Companhia Vale do Rio Doce e pelo grupo chinês Baosteel, de uma usina siderúrgica na Ilha de São Luís. O empreendimento tiraria da miséria milhares de famílias, por meio da geração de inúmeros empregos. Esse é outro prejuízo a ser debitado pelos maranhenses na conta dos carrascos da consciência do povo;

Não satisfeitos em destruir obras, inviabilizar investimentos e saquear os cofres públicos, os algozes investiram contra a mesa dos carentes. Prova disso é o abandono do Projeto Sopa Viva, na zona rural da Ilha. O Sopa Viva consumiu R$ 8 milhões apenas com a implantação de uma fábrica de alimentos, que jamais produziu um só grão e hoje está em ruínas. As instalações foram saqueadas e o espaço que antes abrigava as máquinas serve apenas para treinamento do Corpo de Bombeiros.

Um pequeno esforço de memória com certeza me levaria a apontar muito mais absurdos cometidos nestes cinco anos de infortúnio e desgoverno. Mas, para não tornar o clima ainda mais deprimente, encerro por aqui, com a esperança de que um dia daremos um basta a esse período negro de nossa história.

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