O VICE: EIS A QUESTÃO

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O Capítulo II, da Constituição do Estado do Maranhão, é todo dedicado ao governador e ao vice, aos quais são especificadas as competências de cada um no exercício dos cargos para os quais foram eleitos.

Ao vice-governador, diz o Parágrafo único do Art. 59, além de outras atribuições que lhe forem conferidas, auxiliará o Governador, sempre que por ele for convocado para missões especiais.

Pela leitura desse e de outros dispositivos constitucionais, avalia-se a importância e a responsabilidade na escolha do vice para figurar numa chapa com vistas ao Poder Executivo. Por isso, o processo da indicação do postulante para exercer esse papel é, invariavelmente, demorado e traumático, daí porque os candidatos a governador fazem questão de passar a limpo a vida de quem vai substituí-lo,  pois precisa ter de seu lado pessoa confiável, prudente e sensata, para não comprometer a governabilidade, já, algumas vezes, abaladas no Maranhão.

Nesse particular, o governador Flávio Dino teve a sorte de contar como um substituto da qualidade de Carlos Brandão, político experimentado que ao longo do mandato se manteve numa linha de lealdade e de coerência, sem deixar suspeitas de conspirador ou fabricante de artimanhas.

Não é por outro motivo que o atual governador afirma e reafirma  que, se depender dele, Carlos Brandão deverá continuar ao seu lado neste ano, quando tentará a reeleição, que, diga-se de passagem, não será nada fácil se tiver de enfrentar a candidatura oposicionista de Roseana Sarney.

Mantendo Brandão como companheiro de chapa, Dino não correrá o risco de outros governadores maranhenses que, no exercício do mandato, viveram ou passaram por momentos de dificuldade por não se submeterem às vontades e aos caprichos dos vices, que, quando não atendidos  em suas pretensões e objetivos, rompem com os titulares e  geram crises institucionais ou políticas.

Da redemocratização do País, em 1947, aos dias correntes, ocuparam o Palácio dos Leões, quinze governadores, três eleitos indiretamente, Pedro Neiva, Nunes Freire e João Castelo, e doze por via direta,  Archer da Silva, Eugênio Barros, Matos Carvalho, Newton Bello, José Sarney, Luiz Rocha, Epitácio Cafeteira, Edison Lobão, Roseana Sarney (quatro mandatos), José Reinaldo, Jackson Lago e Flávio Dino.

Desses quinze, salvo melhor juízo, seis, Archer da Silva, Matos Carvalho, José Sarney, João Castelo, Epitácio Cafeteira e José Reinaldo tiveram problemas com os vices Saturnino Bello, Alexandre Costa, Antônio Dino, Albérico Ferreira (este, presidente da Assembleia Legislativa, mas constitucionalmente o segundo na hierarquia do poder, face ao falecimento do vice, Artur Carvalho), João Alberto e Jura Filho.

Outros vices, como Renato Archer, Alfredo Duailibe, Colares Moreira, José Murad, João Rodolfo Gonçalves e Luís Porto, não romperam com os titulares, respectivamente, Eugênio Barros, Newton Bello, Pedro Neiva de Santana, Nunes Freire, Luiz Rocha e Jackson Lago, mas não tiveram nenhuma oportunidade de assumir o Governo. Cumpriram o mandato como vacas de presépio.

Dos vices rompidos com os governadores, o que causou mais problema ao funcionamento da máquina administrativa foi Alexandre Costa que bateu de frente com Matos Carvalho do começo do mandato. Com menos ímpeto, Antônio Dino se afastou de Sarney no final do governo; Albérico Ferreira, que Castelo obrigou a renunciar ao mandato de deputado para não sucedê-lo; João Alberto, que só ocupou o lugar de Cafeteira depois de ingressar na Justiça estadual e federal com mandados de segurança; e Jura Filho que se estranhou com Zé Reinaldo, quando este viajou para o exterior e o vice revogou alguns atos praticados pelo titular.

 

O ELEVADO DE BACABEIRA

São chamadas de obras de artes as construídas ao longo das estradas, como pontes, viadutos, elevados, bueiros e outras de menor porte.

Com a conclusão da duplicação do trecho da BR-135, ligando Peris a Bacabeira, apareceu um monstrengo, sob a forma de elevado ou de viaduto, construído na encruzilhada da rodovia São Luís-Teresina com a estrada que vai para Rosário e os Lençóis Maranhenses.

Aquilo jamais pode ser considerado obra de arte, pois além de pessimamente projetada, transformou Bacabeira numa cidade sem identidade e dividida em dois povoados distintos.

Isso os políticos não viram no dia da inauguração, mas, trocar farpa, sim.

 

TEMPO QUENTE NA BR

Eu tenho muito tempo de rodagem na estrada São Luís-Teresina. Desde garoto, transitei por ela e viajando em todos os tipos de transporte. Angustiava-me vê-la ao longo dos anos entregue ao Deus dará, como se não tivesse condições de ser duplicada, melhorada e deixasse de ser eternamente um cemitério a céu aberto.

Felizmente chegou o dia em que a BR-135, no trecho Estiva Bacabeira, apresentou-se duplicada, renovada e marcada a sua inauguração. Mas o que se viu naquele dia? Um espetáculo de baixaria e do pior nível, praticado pelos nossos representantes políticos.

Se agora atos daquela natureza já estão às claras, imagine-se o que não virá por aí quando a campanha eleitoral estiver em pleno andamento?

Em vez do triste espetáculo, acontecido na inauguração de uma estrada que há anos ceifou a vida de milhares de maranhenses, deveria ter havido um congraçamento dos nossos políticos em torno de uma causa que custou sangue, suor e lágrimas para muita gente, que, anonimamente, batalhou para aquela rodovia um dia poder ser oferecida ao povo sem os sobressaltos do passado, com as suas duas pistas apresentando melhores condições de segurança aos viajantes e ao trânsito.

PROPOSTA DE REMI

Amigo incondicional do ex-senador José Sarney, o ex-deputado Remi Ribeiro submeteu a ele uma proposta irrecusável.

Que, ainda neste semestre, venha de Brasília passar uma temporada no Maranhão, para visitar algumas cidades do interior do Estado.

Sarney topou na hora e encarregou Remi de fazer o roteiro de viagem e escolher as pessoas que deverão acompanhá-lo nessas visitas às cidades, nas quais, como governador do Estado, construiu obras até hoje importantes e consagradas pela população.

REGABOFE EM PALÁCIO

Por um diferencial, o atual presidente da República, Michel Temer, discrepa dos que o antecederam no Palácio do Planalto.

O diferencial reside na gastronomia. Temer, ao contrário dos ex-presidentes, que costumavam conversar com os políticos à base de água e de cafezinho, gosta de dialogar com deputados e senadores, degustando comidas saborosas em mesas fartas.

Essa fórmula que Temer vem adotando em Brasília, com bastante sucesso, teve no Maranhão um abnegado aplicador: o ex-governador João Alberto, que, no exercício do poder, não gostava de almoçar ou de jantar sem a companhia de políticos ou de auxiliares.

ATOR SORTUDO

O ator maranhense Rômulo Estrela, este ano, está com tudo e não está prosa.

Além de ser o principal protagonista da novela “Deus salve o rei”, que a TV Globo veicula a sete da noite, ainda desfruta do privilégio de ser disputado pelas duas atrizes mais bonitas do País: Bruna Marquesine e Marina Ruy Barbosa.

É preciso ter muita estrela para usufruir de tamanho deleite.

ESPOSA NO COMANDO

O grupo político que o deputado Humberto Coutinho liderava em Caxias não ficará na orfandade.

Caxias inteira já sabe quem ocupará o lugar do médico e do político, que, com competência e habilidade, enquanto vida teve, trabalhou pelo progresso de um dos municípios mais adiantados do Maranhão.

Será Cleide Coutinho, médica e ex-deputada estadual, que sempre esteve ao lado do marido na sua luta pelo engrandecimento da terra de Gonçalves Dias.

PRIORIDADES DE SARNEY

Ao ser maldosamente responsabilizado pelo veto à indicação do deputado Pedro Fernandes para o Ministério do Trabalho, o ex-senador José Sarney, além de negar tamanho despautério, revela que, na condição de aposentado, tem três prioridades em sua agenda nada tranquila.

Primeira,  a saúde da esposa, Marly; segunda, a literatura; terceira, a política.

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