Na semana passada, estive em Itapecuru-Mirim para cumpri uma tarefa que há anos faço e espero continuar a fazê-lo até o fim da minha vida, como cidadão, eleitor e itapecuruense: participar da convenção partidária, que homologou a candidatura de Miguel Lauande e o habilitou a concorrer às eleições de outubro vindouro.
Pela primeira vez, a minha terra apresenta um quadro político inusitado às eleições que se aproximam: nada menos do que sete candidatos concorrem à sucessão de prefeito, em 2016. Surpreendo-me com tamanha quantidade de postulantes, a maioria despreparada e desqualificada para ocupar um cargo político de imensa responsabilidade, que exige do eleito esforços ingentes para resolver problemas que se arrastam ao longo do tempo e complicados de solução, sobretudo porque país enfrenta dificuldades de toda natureza.
Ainda bem que contamos hoje com o Ministério Público, os Tribunais de Contas da União e dos Estados, a Polícia Federal, os meios de comunicação, a internet e a própria sociedade, que, de olhos bem abertos, exercem severa vigilância no controle dos gastos públicos, para evitar que sejam desviados por gestores irresponsáveis.
Diante daquele quadro político tão atípico e pouco confiável, cerquei-me de algumas precauções para não pisar em falso no tocante àquelas candidaturas: analisei uma por uma, investiguei a vida privada e pública dos postulantes, avaliei a experiência profissional, o nível intelectual, o comportamento social dos mesmos, a fim de não correr riscos passados, quando fui terrivelmente ludibriado pela má-fé de candidatos inescrupulosos, que ao sentarem na cadeira de prefeito, fazem tudo ao contrário do anunciado e prometido nos palanques.
Tomadas essas providências saneadoras, concluí que, em meio a tanta mediocridade, a melhor opção para gerir os negócios da prefeitura de Itapecuru é o médico Miguel Lauande, que já ocupou o cargo e no exercício dos qual teve bom desempenho, não se apropriou indevidamente dos recursos públicos e os aplicou em obras e serviços necessários à comunidade.
A experiência de gestões passadas, o conhecimento com as ferramentas do poder, a capacidade de buscar recursos e de saber onde e como aplicá-los, fazem de Miguel Lauande o meu candidato e certo estou de que não me decepcionará por ser um cidadão correto.
Ao expressar publicamente o meu voto em Miguel Lauande, o faço na certeza de que vou ajudá-lo a ganhar as eleições, para que, como prefeito eleito, eu possa, na condição de itapecuruense profissional, empenhar-me para que a sua administração seja exemplar, sadia, profícua e em benefício da população.
DIAS DE CADEIA
A Academia Maranhense de Letras lançou um livro imperdível para quem gosta de saber de atos e fatos históricos passados no Maranhão.
O livro, da autoria do intelectual e professor Adelman Correa, que se tornou conhecido pelo valor musical e projeção alcançada nacionalmente como maestro.
Eu, por exemplo, desconhecia o lado jornalístico e político de Adelman Correa, que em artigos no jornal Folha do Povo, de Tarquínio Lopes Filho, combatia visceralmente o governador Godofredo Viana, não o poupando pelo modo como administrava o Maranhão (1922 a 1926) e do tratamento extremamente truculento dispensado aos adversários políticos.
Essa renhida e tenaz campanha contra o chefe do Executivo estadual, fez o jornalista passar boa temporada no presídio de São Luis, instalado nas proximidades da Praça Gonçalves Dias.
Como se fosse Graciliano Ramos ou Lima Barreto, que deixaram em “Memórias do Cárcere” e “Cemitério dos Vivos”, depoimentos memoráveis a respeito de seus confinamentos, Adelman Correia em “Os meus dias de cadeia” conta não apenas o sofrimento e o abatimento que viveu no cárcere, mas, também, denuncia os supostos motivos que levaram o governador Godofredo Viana a prendê-lo injustamente.
VITORINISMO ÀS AVESSAS
Vou dar de presente ao deputado Hildo Rocha o livro de minha autoria O Vitorinismo, para ele não repetir o que disse, recentemente, no plenário da Câmara Federal, sobre “os métodos políticos praticados por Vitorino Freire no Maranhão, empregados contra os que não rezavam na sua cartilha, os quais eram perseguidos, presos, massacrados e humilhados.”
Tenho absoluta certeza de que o meu amigo Hildo, depois de ler “O Vitorinismo”, como estudioso da vida política do Maranhão, compreenderá melhor o que aconteceu naquela época.
A presença de Vitorino na vida política e administrativa do Maranhão foi marcada por momentos distintos. No primeiro momento, como auxiliar do interventor Antônio Martins de Almeida ( 1933 a 1935 ), conhecido por Bala na Agulha, que governou com mão de ferroe e na base das arbitrariedades físicas e institucionais, que comprometeram a imagem de Vitorino.
No segundo momento, na redemocratização do país, quando aqui chegou como amigo incondicional do presidente da República,Eurico Dutra, que lhe propiciou condições para montar um aparato político, sustentado na máquina do Partido Social Democrático, por meio do qual o seu mandonismo se corporificou, não pelo domínio físico ou pela violência, mas pelas ferramentas que desvirtuavam a vontade eleitoral, que o mantiveram no comando do aparelho estatal de 1946 a 1965.
OS LEÕES PALACIANOS
Em artigo publicado na imprensa, o governador Flávio Dino, do alto de suas tamancas, disse que nas eleições municipais, deste ano, “Aqui no Maranhão, a novidade será os Leões que guardam o Palácio e não mais rugirão em favor da campanha deste ou daquele candidato.” Prossegue o governador: “Eles não mais perseguirão os que se colocam contra este ou aquele grupo político.”
Ao pregar a não participação dos Leões palacianos nos pleitos eleitorais, o Governador ajuda a lembrar do intelectual, Sálvio Dino, que escreveu um livro primoroso, sobre o Palácio do Governo.
Sobre os dois leões que se encontram à frente daquele imponente prédio, diz Sálvio Dino que são duas esculturas heráldicas, em bronze, instaladas pelo Governador Magalhães de Almeida (1926-1930) e representativas da força que emana do Poder Executivo. E completa: “O jornal oposicionista O Combate, dos irmãos Marcelino e Lino Machado, afirmava que aquelas estátuas leoninas simbolizavam a voracidade do Governo na arrecadação de impostos. Essa invectiva bastou para o prédio ingressar no mundo anedótico. Com o passar do tempo, o anedótico caiu no esquecimento e o Palácio dos Leões ganhou status institucional.
A propósito: o ex-prefeito Epitácio Cafeteira dizia que os dois leões palacianos representam 35 por cento da votação global do Estado, cifra que dá ao governante de plantão um valioso poder político.
PREFEITOS NA ACADEMIA
A Academia Maranhense de Letras vai promover reunião com os candidatos a prefeitos de São Luis, não para ouvir deles propostas políticas e administrativas.
Serão convidados para verem o documentário produzido e dirigido pelo cineasta Joaquim Haickel, sobre a vida e a obra de Haroldo Tavares, que no exercício do cargo de prefeito de São Luis, realizou uma gestão altamente qualificada e marcada por compromisso com o futuro.
Ao longo do documentário, os candidatos a prefeito perceberão a preocupação de um gestor nomeado (1970 a 1974), mas com a cabeça totalmente voltada para os problemas da cidade, vistos na perspectiva de um estadista.