Há um assunto da política maranhense bastante questionado por quem pesquisa a figura do senador Vitorino Freire: a chegada e a partida de São Luis.
Nesse particular, sou constantemente interpelado – pessoalmente, por telefone ou pela internet – acerca do motivo que levou o político pernambucano a trocar o Rio de Janeiro, onde morava, por São Luis, para atender ao convite do capitão Antônio Martins de Almeida, na tarefa de administrar o Estado do Maranhão.
Essa história começa com a Revolução de 1930, que, no Maranhão, destronou do poder os representantes das oligarquias políticas – magalhãesistas, marcelinistas e tarquinistas – que se alternavam no Palácio dos Leões.
Após a vitória do movimento tenentista, Getúlio Vargas nomeou interventores maranhenses para governar o Estado: José Luso Torres, José Maria dos Reis Perdigão e Astolfo Serra, mas nenhum se desempenhou a contento. Diante disso, Vargas mudou a estratégia, nomeando interventores não nascidos no Maranhão. O primeiro foi o Capitão Lourival Seroa da Mota, mas não demorou no governo, por se indispor com o empresariado. Para substituí-lo, Getúlio nomeou outro militar não maranhense, o capitão Antônio Martins de Almeida, com a missão de comandar as eleições às Constituinte Federal (1933) e Estadual (1934), e colocar as coisas em ordem no Maranhão.
Determinado a cumprir rigorosamente as ordens do Chefe do Governo, Martins de Almeida trouxe em sua companhia o jovem pernambucano Vitorino de Brito Freire, para ocupar a Secretaria da Interventoria, nomeado em 18 de junho de 1934.
O interventor e Vitorino se conheceram e se tornaram amigos, em 1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista, em que ambos lutaram ao lado das forças legalistas contra São Paulo. Antes de vir para o Maranhão, Vitorino prestou serviços no gabinete do Ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida, quando se aproximou e fez amizades com militares.
A gestão de Martins de Almeida – aqui ganhou o apelido de “Bala na Agulha – foi truculenta e respingou em Vitorino, que dividiu com o interventor o repúdio e o ódio da sociedade, que os responsabilizava pelos “Bandos de Papai Noel”, grupos policiais que prendiam e surravam os adversários do governo, nas caladas da noite.
Essa política de brutalidade imposta por Martins de Almeida, fez bater de frente com a diretoria da Associação Comercial do Maranhão, a ponto de mandar prendê-la, levando a entidade à greve e exigindo a demissão do interventor.
Para restaurar a tranqüilidade em São Luis, Getúlio demitiu Martins de Almeida e para o seu lugar, de comum acordo com as forças políticas estaduais, foi eleito, por via indireta, o cientista maranhense Aquiles Lisboa, que, por inabilidade e inexperiência, não se conduziu satisfatoriamente à frente do Governo, fazendo irromper uma crise institucional, que acabou em intervenção federal no Maranhão.
Nomeado interventor, o major Carneiro de Mendonça, após desarmar os ânimos, passou o bastão a Paulo Martins de Sousa Ramos, funcionário categorizado do Ministério da Fazenda, eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, que se manteve no cargo de julho de 1936 a abril de 1945, quando renunciou o governo.
A ascensão de Paulo Ramos ao Governo fechou os espaços de Vitorino Freire no Maranhão, obrigando-o a sair de São Luis, não sem antes ser agredido em plena Praça João Lisboa, por um grupo de insatisfeitos com a sua atuação política. Mesmo se quisesse continuar em São Luis, Vitorino não poderia, pois Paulo Ramos, ao ser convidado para dirigir a máquina administrativa do Estado, pediu que o presidente da República levasse o pernambucano para o Rio de Janeiro, pois com ele ao seu lado, seria impossível governar.
Vitorino deixou São Luis em junho de 1935. O jornal O Imparcial dedicou-lhe um artigo de despedida com este título: “Que os ventos o conduzam para além das águas maranhenses”.
Como havia prometido, Getúlio convocou Vitorino para prestar serviços ao Governo Federal, nomeando-o para um cargo no Ministério da Educação e Cultura, de onde saltou para o gabinete do presidente da Câmara Federal, deputado Antônio Carlos de Andrade, transferindo-se em seguida para o Ministério da Viação e Obras Públicas, sob o comando do general João Mendonça Lima, do qual se tornou amigo do peito.
Para se vingar de Paulo Ramos, Vitorino, astuciosamente, conseguiu que o ministro João Mendonça o indicasse para representá-lo numa solenidade de inauguração, em São Luis, onde o interventor obrigou-se a prestar ao visitante as devidas homenagens e considerá-lo hóspede oficial do Governo do Estado.
PERDÃO DO PAPA
No Vaticano, um assunto está em pauta: a possível vinda do Papa Francisco ao Maranhão.
A viagem ainda sem prazo marcado, mas pode ser no final deste ano.
O Pontífice quer pedir perdão ao povo maranhense pela eleição de Waldir Maranhão a deputado federal.
RESSURREIÇÃO DO LÍTERO
O advogado Carlos Nina é o novo presidente do Grêmio Lítero Recreativo Português.
Mesmo sabendo que pegou um rabo de foguete, faz de tudo para ressurgi-lo das cinzas.
O novo presidente quer recuperar os sócios inadimplentes e dar vida à sede localizada na Praça João Lisboa.
ROSEANA NO INTERIOR
Após as férias de julho, Roseana Sarney iniciará a temporada de viagens ao interior do Estado.
Marcará presença em todas as sedes dos municípios, nos quais visitará, indistintamente de cor partidária, prefeitos e vereadores.
Nas visitas, a conversa é uma só: as eleições deste ano e compromissos políticos.
A VOLTA DE REMI
O veterano Remi Ribeiro, que já participou de tantas lutas políticas no Maranhão, pretende disputar um cargo eletivo nas próximas eleições proporcionais.
Filiado ao PMDB, quer ser eleito deputado à Assembleia Legislativa, que conhece bem e onde já atuou denodadamente em prol da democracia.
Pelo conhecimento da vida partidária estadual e por contar com centenas de amigos no interior, Remi espera se eleger e continuar o trabalho político que desenvolve na direção do PMDB.
CONHECER O PREFEITO
Muita gente compareceu à inauguração da praça, localizada na Lagoa da Jansen, só para conhecer o prefeito de São Luis.
Como está em fim de mandato e não costuma andar nesta parte da cidade, virou a atração do evento.
A praça foi inaugurada sem nome, embora a Academia Maranhense de Letras, por ofício, haja sugerido ao prefeito que o logradouro homenageasse o emérito professor Jerônimo de Viveiros.
SUMIU DO PALÁCIO
Desde que a Câmara Federal votou favoravelmente ao impeachement da presidente Dilma Roussef, o deputado José Reinaldo Tavares sumiu do Palácio dos Leões.
O sumiço marcou o corte no diálogo, fraterno e político, do governador com o parlamentar.
Ainda que amigos de ambos tentem reaproximá-los, até agora, nem Flávio, tão pouco Zé Reinaldo, mostram-se interessados em reatar o diálogo.