CRIAÇÃO DE PARTIDOS NO MARANHÃO

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Na semana passada uma frenética agitação tomou conta da vida político-partidária brasileira. Motivo: o encerramento do prazo estabelecido pela legislação eleitoral para a criação de novos partidos, para disputar as eleições majoritárias e proporcionais de 2014, e do processo de transferência dos portadores de cargos eletivos ao pleito do ano vindouro.
No Maranhão, a criação de partidos e a migração de políticos são atos triviais em nossa vida pública. Um e outro são recorrentes e alguns chegaram a causar repercussão em todo o país. Lembremos apenas a criação do Partido Social Trabalhista, ocorrido em 1947, e a tentativa da filiação partidária do prefeito Epitácio Cafeteira, em 1966.
Vejamos o primeiro caso. Com o retorno do país ao regime democrático em 1945, os partidos políticos voltaram a funcionar. No Maranhão, veio a lume o PSD-Partido Social Democrático, que foi implodido por Getúlio Vargas no Estado Novo. O renascimento do PSD resultou de uma estranha aliança entre Genésio Rego, Clodomir Cardoso e Vitorino Freire.
Sob a bandeira do PSD elegeram-se no pleito de dezembro de 1945 o presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, os senadores Clodomir Cardoso e Antônio Pereira Júnior e seis dos nove deputados federais à Assembleia Nacional Constituinte.
Depois dessas eleições, surgiram os desentendimentos que desaguaram no rompimento de Clodomir Cardoso e Genésio Rego com Vitorino Freire. Resultado: aflorou uma luta política e jurídica entre os três políticos pela posse do PSD, luta essa que levou Vitorino a perder o comando do partido e obrigado a recorrer a um partido de aluguel, o PPB-Partido Proletário Brasileiro para que os seus correligionários participassem das eleições de janeiro de 1947, em que o PPB elegeu Sebastião Archer da Silva, governador, Vitorino e José Neiva ao Senado, e 20 dos 37 deputados estaduais.
Como estava sem partido, Vitorino resolve criar uma agremiação partidária para viabilizar seus projetos futuros. Com esse desiderato, funda, sem as exigências burocráticas de hoje, o PST – Partido Social Trabalhista, oficialmente anunciado pelo governador Archer da Silva, no Palácio dos Leões, a 5 de novembro de 1947.
De raízes maranhenses, o PST surge para dar projeção nacional a Vitorino e oferecer sustentação parlamentar ao governo do presidente Eurico Dutra; em contrapartida receberia cargos, favores, benesses do governo federal, para distribuí-los aos correligionários, que se encarregariam de transformar o partido numa legenda forte e imbatível.
Dito e feito: em 25 de dezembro de 1947, nas eleições de prefeitos e vereadores, o PST, sob o comando de Vitorino, impôs aos partidos oposicionistas, impiedosa derrota, elegendo mais de noventa por cento das Prefeituras e das Câmaras Municipais, inclusive a de São Luis, onde o eleitorado era visceralmente contra o governo.
Com o PST em suas mãos, o prestígio do senador Vitorino Freire cresce no Maranhão e no país inteiro. Sua participação nas articulações políticas nacionais era tão evidente e marcante que se lança candidato a vice-presidente da República no pleito de outubro de 1950, na chapa encabeçada pelo candidato do PSD à sucessão de Dutra, Cristiano Machado, mas sem lograr êxito.
Sete anos depois de mandar e desmandar no PST, Vitorino em abril de 1954, consegue fazer o PSD, de Genésio Rego e Clodomir Cardoso, voltar ao seu comando, graças a uma bem-sucedida operação política realizada com o presidente nacional do PSD, Amaral Peixoto. Nesse partido, Vitorino manteve-se até outubro de 1965, quando o regime militar, através do AI-2, dissolve o pluripartidarismo e cria apenas dois partidos: Arena e MDB.
Voltemos agora as nossas atenções para o mais rumoroso caso da transferência de partido acontecido em terras maranhenses, tendo por figura central o então prefeito de São Luis, Epitácio Cafeteira, que desejava filiar-se à Arena, criada em abril de 1966.
Rompido com o governador José Sarney, Cafeteira usa todos os meios para ficar no partido que a Revolução de 1964 fundara e de apoio ao governo federal.
Enquanto o prefeito lutava desesperadamente para alcançar esse objetivo, os correligionários do governador faziam de tudo para que tal fato não se consumasse. No último dia da filiação partidária, o prefeito marca encontro com o engenheiro Emiliano Macieira, presidente do diretório regional da Arena para assinar a ficha do partido governista. Ao chegar à sede da Arena, Cafeteira, recebido atenciosamente pelo Dr. Emiliano, nota que a conversa girava em torno de assuntos variados, sem que viesse à tona a sua filiação partidária.
Não suportando mais aquela conversa fiada, Cafeteira foi direto ao assunto e perguntou pelo livro de filiação. O presidente regional da Arena, que já tinha na ponta da língua o que iria dizer, educadamente, virou-se para o seu interlocutor e sem meias palavras deu a sentença: – Prefeito, lamentavelmente o senhor não poderá se filiar à Arena, pois o livro desapareceu misteriosamente. E arrematou: – Já o procuramos por todos os lugares da casa, mas não conseguimos encontrá-lo.
Cafeteira, sem dizer uma palavra, foi embora e, para não ficar sem partido, às pressas, procurou a sede do MDB, ao qual se filiou sem qualquer restrição.
Na semana passada uma frenética agitação tomou conta da vida político-partidária brasileira. Motivo: o encerramento do prazo estabelecido pela legislação eleitoral para a criação de novos partidos, para disputar as eleições majoritárias e proporcionais de 2014, e do processo de transferência dos portadores de cargos eletivos ao pleito do ano vindouro.
No Maranhão, a criação de partidos e a migração de políticos são atos triviais em nossa vida pública. Um e outro são recorrentes e alguns chegaram a causar repercussão em todo o país. Lembremos apenas a criação do Partido Social Trabalhista, ocorrido em 1947, e a tentativa da filiação partidária do prefeito Epitácio Cafeteira, em 1966.
Vejamos o primeiro caso. Com o retorno do país ao regime democrático em 1945, os partidos políticos voltaram a funcionar. No Maranhão, veio a lume o PSD-Partido Social Democrático, que foi implodido por Getúlio Vargas no Estado Novo. O renascimento do PSD resultou de uma estranha aliança entre Genésio Rego, Clodomir Cardoso e Vitorino Freire.
Sob a bandeira do PSD elegeram-se no pleito de dezembro de 1945 o presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, os senadores Clodomir Cardoso e Antônio Pereira Júnior e seis dos nove deputados federais à Assembleia Nacional Constituinte.
Depois dessas eleições, surgiram os desentendimentos que desaguaram no rompimento de Clodomir Cardoso e Genésio Rego com Vitorino Freire. Resultado: aflorou uma luta política e jurídica entre os três políticos pela posse do PSD, luta essa que levou Vitorino a perder o comando do partido e obrigado a recorrer a um partido de aluguel, o PPB-Partido Proletário Brasileiro para que os seus correligionários participassem das eleições de janeiro de 1947, em que o PPB elegeu Sebastião Archer da Silva, governador, Vitorino e José Neiva ao Senado, e 20 dos 37 deputados estaduais.
Como estava sem partido, Vitorino resolve criar uma agremiação partidária para viabilizar seus projetos futuros. Com esse desiderato, funda, sem as exigências burocráticas de hoje, o PST – Partido Social Trabalhista, oficialmente anunciado pelo governador Archer da Silva, no Palácio dos Leões, a 5 de novembro de 1947.
De raízes maranhenses, o PST surge para dar projeção nacional a Vitorino e oferecer sustentação parlamentar ao governo do presidente Eurico Dutra; em contrapartida receberia cargos, favores, benesses do governo federal, para distribuí-los aos correligionários, que se encarregariam de transformar o partido numa legenda forte e imbatível.
Dito e feito: em 25 de dezembro de 1947, nas eleições de prefeitos e vereadores, o PST, sob o comando de Vitorino, impôs aos partidos oposicionistas, impiedosa derrota, elegendo mais de noventa por cento das Prefeituras e das Câmaras Municipais, inclusive a de São Luis, onde o eleitorado era visceralmente contra o governo.
Com o PST em suas mãos, o prestígio do senador Vitorino Freire cresce no Maranhão e no país inteiro. Sua participação nas articulações políticas nacionais era tão evidente e marcante que se lança candidato a vice-presidente da República no pleito de outubro de 1950, na chapa encabeçada pelo candidato do PSD à sucessão de Dutra, Cristiano Machado, mas sem lograr êxito.
Sete anos depois de mandar e desmandar no PST, Vitorino em abril de 1954, consegue fazer o PSD, de Genésio Rego e Clodomir Cardoso, voltar ao seu comando, graças a uma bem-sucedida operação política realizada com o presidente nacional do PSD, Amaral Peixoto. Nesse partido, Vitorino manteve-se até outubro de 1965, quando o regime militar, através do AI-2, dissolve o pluripartidarismo e cria apenas dois partidos: Arena e MDB.
Voltemos agora as nossas atenções para o mais rumoroso caso da transferência de partido acontecido em terras maranhenses, tendo por figura central o então prefeito de São Luis, Epitácio Cafeteira, que desejava filiar-se à Arena, criada em abril de 1966.
Rompido com o governador José Sarney, Cafeteira usa todos os meios para ficar no partido que a Revolução de 1964 fundara e de apoio ao governo federal.
Enquanto o prefeito lutava desesperadamente para alcançar esse objetivo, os correligionários do governador faziam de tudo para que tal fato não se consumasse. No último dia da filiação partidária, o prefeito marca encontro com o engenheiro Emiliano Macieira, presidente do diretório regional da Arena para assinar a ficha do partido governista. Ao chegar à sede da Arena, Cafeteira, recebido atenciosamente pelo Dr. Emiliano, nota que a conversa girava em torno de assuntos variados, sem que viesse à tona a sua filiação partidária.
Não suportando mais aquela conversa fiada, Cafeteira foi direto ao assunto e perguntou pelo livro de filiação. O presidente regional da Arena, que já tinha na ponta da língua o que iria dizer, educadamente, virou-se para o seu interlocutor e sem meias palavras deu a sentença: – Prefeito, lamentavelmente o senhor não poderá se filiar à Arena, pois o livro desapareceu misteriosamente. E arrematou: – Já o procuramos por todos os lugares da casa, mas não conseguimos encontrá-lo.
Cafeteira, sem dizer uma palavra, foi embora e, para não ficar sem partido, às pressas, procurou a sede do MDB, ao qual se filiou sem qualquer restrição.

Na semana passada uma frenética agitação tomou conta da vida político-partidária brasileira. Motivo: o encerramento do prazo estabelecido pela legislação eleitoral para a criação de novos partidos, para disputar as eleições majoritárias e proporcionais de 2014, e do processo de transferência dos portadores de cargos eletivos ao pleito do ano vindouro.
No Maranhão, a criação de partidos e a migração de políticos são atos triviais em nossa vida pública. Um e outro são recorrentes e alguns chegaram a causar repercussão em todo o país. Lembremos apenas a criação do Partido Social Trabalhista, ocorrido em 1947, e a tentativa da filiação partidária do prefeito Epitácio Cafeteira, em 1966.
Vejamos o primeiro caso. Com o retorno do país ao regime democrático em 1945, os partidos políticos voltaram a funcionar. No Maranhão, veio a lume o PSD-Partido Social Democrático, que foi implodido por Getúlio Vargas no Estado Novo. O renascimento do PSD resultou de uma estranha aliança entre Genésio Rego, Clodomir Cardoso e Vitorino Freire.
Sob a bandeira do PSD elegeram-se no pleito de dezembro de 1945 o presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, os senadores Clodomir Cardoso e Antônio Pereira Júnior e seis dos nove deputados federais à Assembleia Nacional Constituinte.
Depois dessas eleições, surgiram os desentendimentos que desaguaram no rompimento de Clodomir Cardoso e Genésio Rego com Vitorino Freire. Resultado: aflorou uma luta política e jurídica entre os três políticos pela posse do PSD, luta essa que levou Vitorino a perder o comando do partido e obrigado a recorrer a um partido de aluguel, o PPB-Partido Proletário Brasileiro para que os seus correligionários participassem das eleições de janeiro de 1947, em que o PPB elegeu Sebastião Archer da Silva, governador, Vitorino e José Neiva ao Senado, e 20 dos 37 deputados estaduais.
Como estava sem partido, Vitorino resolve criar uma agremiação partidária para viabilizar seus projetos futuros. Com esse desiderato, funda, sem as exigências burocráticas de hoje, o PST – Partido Social Trabalhista, oficialmente anunciado pelo governador Archer da Silva, no Palácio dos Leões, a 5 de novembro de 1947.
De raízes maranhenses, o PST surge para dar projeção nacional a Vitorino e oferecer sustentação parlamentar ao governo do presidente Eurico Dutra; em contrapartida receberia cargos, favores, benesses do governo federal, para distribuí-los aos correligionários, que se encarregariam de transformar o partido numa legenda forte e imbatível.
Dito e feito: em 25 de dezembro de 1947, nas eleições de prefeitos e vereadores, o PST, sob o comando de Vitorino, impôs aos partidos oposicionistas, impiedosa derrota, elegendo mais de noventa por cento das Prefeituras e das Câmaras Municipais, inclusive a de São Luis, onde o eleitorado era visceralmente contra o governo.
Com o PST em suas mãos, o prestígio do senador Vitorino Freire cresce no Maranhão e no país inteiro. Sua participação nas articulações políticas nacionais era tão evidente e marcante que se lança candidato a vice-presidente da República no pleito de outubro de 1950, na chapa encabeçada pelo candidato do PSD à sucessão de Dutra, Cristiano Machado, mas sem lograr êxito.
Sete anos depois de mandar e desmandar no PST, Vitorino em abril de 1954, consegue fazer o PSD, de Genésio Rego e Clodomir Cardoso, voltar ao seu comando, graças a uma bem-sucedida operação política realizada com o presidente nacional do PSD, Amaral Peixoto. Nesse partido, Vitorino manteve-se até outubro de 1965, quando o regime militar, através do AI-2, dissolve o pluripartidarismo e cria apenas dois partidos: Arena e MDB.
Voltemos agora as nossas atenções para o mais rumoroso caso da transferência de partido acontecido em terras maranhenses, tendo por figura central o então prefeito de São Luis, Epitácio Cafeteira, que desejava filiar-se à Arena, criada em abril de 1966.
Rompido com o governador José Sarney, Cafeteira usa todos os meios para ficar no partido que a Revolução de 1964 fundara e de apoio ao governo federal.
Enquanto o prefeito lutava desesperadamente para alcançar esse objetivo, os correligionários do governador faziam de tudo para que tal fato não se consumasse. No último dia da filiação partidária, o prefeito marca encontro com o engenheiro Emiliano Macieira, presidente do diretório regional da Arena para assinar a ficha do partido governista. Ao chegar à sede da Arena, Cafeteira, recebido atenciosamente pelo Dr. Emiliano, nota que a conversa girava em torno de assuntos variados, sem que viesse à tona a sua filiação partidária.
Não suportando mais aquela conversa fiada, Cafeteira foi direto ao assunto e perguntou pelo livro de filiação. O presidente regional da Arena, que já tinha na ponta da língua o que iria dizer, educadamente, virou-se para o seu interlocutor e sem meias palavras deu a sentença: – Prefeito, lamentavelmente o senhor não poderá se filiar à Arena, pois o livro desapareceu misteriosamente. E arrematou: – Já o procuramos por todos os lugares da casa, mas não conseguimos encontrá-lo.
Cafeteira, sem dizer uma palavra, foi embora e, para não ficar sem partido, às pressas, procurou a sede do MDB, ao qual se filiou sem qualquer restrição.

Na semana passada uma frenética agitação tomou conta da vida político-partidária brasileira. Motivo: o encerramento do prazo estabelecido pela legislação eleitoral para a criação de novos partidos, para disputar as eleições majoritárias e proporcionais de 2014, e do processo de transferência dos portadores de cargos eletivos ao pleito do ano vindouro.
No Maranhão, a criação de partidos e a migração de políticos são atos triviais em nossa vida pública. Um e outro são recorrentes e alguns chegaram a causar repercussão em todo o país. Lembremos apenas a criação do Partido Social Trabalhista, ocorrido em 1947, e a tentativa da filiação partidária do prefeito Epitácio Cafeteira, em 1966.
Vejamos o primeiro caso. Com o retorno do país ao regime democrático em 1945, os partidos políticos voltaram a funcionar. No Maranhão, veio a lume o PSD-Partido Social Democrático, que foi implodido por Getúlio Vargas no Estado Novo. O renascimento do PSD resultou de uma estranha aliança entre Genésio Rego, Clodomir Cardoso e Vitorino Freire.
Sob a bandeira do PSD elegeram-se no pleito de dezembro de 1945 o presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, os senadores Clodomir Cardoso e Antônio Pereira Júnior e seis dos nove deputados federais à Assembleia Nacional Constituinte.
Depois dessas eleições, surgiram os desentendimentos que desaguaram no rompimento de Clodomir Cardoso e Genésio Rego com Vitorino Freire. Resultado: aflorou uma luta política e jurídica entre os três políticos pela posse do PSD, luta essa que levou Vitorino a perder o comando do partido e obrigado a recorrer a um partido de aluguel, o PPB-Partido Proletário Brasileiro para que os seus correligionários participassem das eleições de janeiro de 1947, em que o PPB elegeu Sebastião Archer da Silva, governador, Vitorino e José Neiva ao Senado, e 20 dos 37 deputados estaduais.
Como estava sem partido, Vitorino resolve criar uma agremiação partidária para viabilizar seus projetos futuros. Com esse desiderato, funda, sem as exigências burocráticas de hoje, o PST – Partido Social Trabalhista, oficialmente anunciado pelo governador Archer da Silva, no Palácio dos Leões, a 5 de novembro de 1947.
De raízes maranhenses, o PST surge para dar projeção nacional a Vitorino e oferecer sustentação parlamentar ao governo do presidente Eurico Dutra; em contrapartida receberia cargos, favores, benesses do governo federal, para distribuí-los aos correligionários, que se encarregariam de transformar o partido numa legenda forte e imbatível.
Dito e feito: em 25 de dezembro de 1947, nas eleições de prefeitos e vereadores, o PST, sob o comando de Vitorino, impôs aos partidos oposicionistas, impiedosa derrota, elegendo mais de noventa por cento das Prefeituras e das Câmaras Municipais, inclusive a de São Luis, onde o eleitorado era visceralmente contra o governo.
Com o PST em suas mãos, o prestígio do senador Vitorino Freire cresce no Maranhão e no país inteiro. Sua participação nas articulações políticas nacionais era tão evidente e marcante que se lança candidato a vice-presidente da República no pleito de outubro de 1950, na chapa encabeçada pelo candidato do PSD à sucessão de Dutra, Cristiano Machado, mas sem lograr êxito.
Sete anos depois de mandar e desmandar no PST, Vitorino em abril de 1954, consegue fazer o PSD, de Genésio Rego e Clodomir Cardoso, voltar ao seu comando, graças a uma bem-sucedida operação política realizada com o presidente nacional do PSD, Amaral Peixoto. Nesse partido, Vitorino manteve-se até outubro de 1965, quando o regime militar, através do AI-2, dissolve o pluripartidarismo e cria apenas dois partidos: Arena e MDB.
Voltemos agora as nossas atenções para o mais rumoroso caso da transferência de partido acontecido em terras maranhenses, tendo por figura central o então prefeito de São Luis, Epitácio Cafeteira, que desejava filiar-se à Arena, criada em abril de 1966.
Rompido com o governador José Sarney, Cafeteira usa todos os meios para ficar no partido que a Revolução de 1964 fundara e de apoio ao governo federal.
Enquanto o prefeito lutava desesperadamente para alcançar esse objetivo, os correligionários do governador faziam de tudo para que tal fato não se consumasse. No último dia da filiação partidária, o prefeito marca encontro com o engenheiro Emiliano Macieira, presidente do diretório regional da Arena para assinar a ficha do partido governista. Ao chegar à sede da Arena, Cafeteira, recebido atenciosamente pelo Dr. Emiliano, nota que a conversa girava em torno de assuntos variados, sem que viesse à tona a sua filiação partidária.
Não suportando mais aquela conversa fiada, Cafeteira foi direto ao assunto e perguntou pelo livro de filiação. O presidente regional da Arena, que já tinha na ponta da língua o que iria dizer, educadamente, virou-se para o seu interlocutor e sem meias palavras deu a sentença: – Prefeito, lamentavelmente o senhor não poderá se filiar à Arena, pois o livro desapareceu misteriosamente. E arrematou: – Já o procuramos por todos os lugares da casa, mas não conseguimos encontrá-lo.
Cafeteira, sem dizer uma palavra, foi embora e, para não ficar sem partido, às pressas, procurou a sede do MDB, ao qual se filiou sem qualquer restrição.

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