Na quinta-feira vindoura, estarei transferindo, com honra e prazer, a presidência da Academia Maranhense de Letras para o amigo e confrade Carlos Tadeu Pinheiro Gaspar, eleito para dirigi-la no biênio 2020 a 2022.
Cumprirei essa determinação em obediência à liturgia acadêmica e depois de onze anos à frente da Casa de Antônio Lobo, conduzido que fui na condição de vice-presidente de uma diretoria, eleita em novembro de 2009, que tinha como presidente o brilhante jornalista e competente historiador, Milson Coutinho, o qual, em atendimento a expressas ordens médicas, em janeiro de 2011, renunciou à presidência da Academia Maranhense de Letras.
Tamanha responsabilidade pesou sobre os ombros de quem jamais pensou em ser membro de tão elevada Instituição, por me julgar não ombreado a figuras excelsas da intelectualidade maranhense, mas nela ingressei em agosto de 1990, a convite e insistência de meu saudoso amigo Jomar Moraes, para ocupar a vaga do querido professor Fernando dos Reis Perdigão.
Depois de completar o mandato de 2010-2012, fui sucessivamente eleito pela bondade inequívoca dos confrades, para os mandatos de 2012-2014, 2014-2016, 2016-2018, 2018-2020, ao longo dos quais empenhei-me para não decepcionar os que haviam confiado em mim e nos meus propósitos de administrar a Casa de Antônio Lobo com determinação e lisura.
Sob a minha direção, asseguro que a Academia não andou para trás e nem saiu do caminho traçado pelos que a fundaram e os que a ela pertenceram e pertencem.
Nesses quase dez anos de atividade à frente da AML, envidei todos os esforços para levar a cabo ações culturais e iniciativas literárias, que resultaram em retumbantes sucessos, a despeito das dificuldades financeiras impostas pelas circunstâncias vividas pela Instituição, que sobrevive da contribuição de seus membros e de uma parca subvenção governamental, nem sempre liberada pelos órgãos públicos.
Foram óbices nada fáceis de contornar, mas que enfrentei e ultrapassei com firmeza, determinação e a compreensão dos confrades, que sempre foram solidários com o que me competia fazer e realizar. Ao final dessa jornada de insano trabalho, posso, modéstia à parte, proclamar em alto e bom som, que, malgrado as vicissitudes e os problemas atinentes ao funcionamento da Instituição, tive forças para dar a volta por cima e executar projetos, que, pela repercussão alcançada aqui e alhures, serviram para glorificar a Academia Maranhense de Letras, na sua missão de primar pelo desenvolvimento da cultura, pela defesa das tradições maranhenses e pelo intercâmbio com os centros de atividades culturais do Brasil.
À guisa de ilustração, dentre os projetos acionados, vale citar quatro. O primeiro, “Academia vai às escolas”, executado nos anos 2017, 2018 e 2019, em que os acadêmicos visitavam os colégios da rede pública estadual, onde falavam e discutiam com alunos e professores assuntos relativos à cultura maranhense. O segundo, “Edição e reedição de livros de autores maranhenses”, com base na Lei de Incentivo à Cultura, do Governo do Estado, com a publicação de mais de quarenta obras. O terceiro, “Inserção da AML no mundo das redes sociais”, por meio das ferramentas do Whatsapp, Facebook, Youtube, Instagram e da Rádio WEB. O quarto, “A reforma e restauração do prédio da Academia Maranhense de Letras”, realizada em convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Nesse momento de transição e de intensa expetativa, desejo ao confrade Carlos Gaspar e aos membros da diretoria, alguns dos quais fizeram parte da minha gestão e foram importantes e corretos, que façam uma administração profícua e fecunda.
A propósito: Carlos Gaspar já poderia ter sido o presidente da AML, só não o foi por motivo que não vale a pena ser lembrado. Mas como tudo tem seu tempo certo, ele, agora, cheio de gás e retemperado, assume o comando da Instituição, à qual se dedicará de corpo e alma.
CHOQUE ANAFILÁTICO – I
Por pouco, hoje, esta coluna não mudaria de nome: em vez de Roda Viva seria Roda Morta.
Motivo: na manhã da quinta-feira passada fui atacado por um violento choque anafilático, decorrente do consumo de um analgésico à base do princípio ativo, quase um palavrão, dicofenato sódico, que me fez, em questão de minutos, perder a visão e em seguida os sentidos.
CHOQUE ANAFILÁTICO -II
O óbito só não aconteceu porque o meu motorista ao me ver completamente apagado, teve a coragem e o discernimento de conduzir-me para o UDI Hospital, onde cheguei com a pressão arterial quase zero.
CHOQUE ANAFILÁTICO – III
Outra pessoa, além do motorista, a quem devo a vida, pela presteza e competência profissional, o clínico Virgulino Juscelino, que no comando de uma equipe médica, desdobrou-se incansavelmente no socorro a um paciente que se encontrava em situação deploravelmente crítica.
CHOQUE ANAFILÁTICO – IV
Do alto de meus oitenta e dois anos de idade, pela primeira vez me vi acometido por um grave problema de saúde, que me levou à internação hospitalar e quase à morte.
Confesso que não gostei da experiência, por sinal, amarga demais para quem se considerava um homem hígido.
Espero, até os meus dias finais de vida, não ser mais surpreendido ou atacado de maneira tão insólita, como ocorreu agora, logo eu que ainda tenho muita coisa a fazer.
CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO
Crisálida e José Reinaldo Tavares vão celebrar hoje, às 20 horas, no Class Buffet, a sua união matrimonial.
O evento será assistido por familiares e convidados especiais.
A RUA DO PREFEITO
O prefeito Edvaldo Holanda Junior fez um bom trabalho de recapeamento asfáltico no Bairro Renascença II.
O trabalho só não merece nota dez porque ele esqueceu de recapear a rua onde moramos e somos vizinhos.
DONA NOCA E NÚBIA
Em tempos passados, uma mulher marcou época no Maranhão pela sua valentia política: Noca Santos.
Nos tempos atuais, ninguém mais parecida com Dona Noca do que a minha conterrânea, Núbia Dutra.
Para defender os direitos do marido (?), ela, enfrenta a polícia, a justiça, os vereadores, a vice-prefeita de Paço do Lumiar e os filhos do primeiro casamento de Domingos Dutra.
CENTENÁRIO DE MADEIRA
Se estivesse vivo, o jurista e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Madeira, completaria cem anos no dia 16 de março.
Madeira era poeta e membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupava a cadeira 34, e teve como sucessor o advogado, professor e intelectual Alberto Tavares.