De 1938, quando eu vim ao mundo aos dias correntes, nada menos do que dezenove presidentes, assumiram por via legal ou por caminhos nada democráticos, o posto mais alto e mais importante do regime republicano brasileiro.
Nos meus tempos de criança, de 1938 a 1945, o Brasil foi governado por Getúlio Vargas, que se aboletou no poder e instalou o Estado Novo, que durou quinze anos. Com o fim da ditadura varguista, vieram as eleições para a escolha dos governantes do País, sendo eleito o general Eurico Gaspar Dutra, para o mandato de 1946 a 1950. Naquelas eleições, eu, por ser menor de idade, não participei do processo eleitoral, o que aconteceu, também, no pleito seguinte, o de 1950, com o retorno de Getúlio ao poder, por via democrática, mas sem concluir o mandato porque suicida-se em agosto de 1954.
No pleito de 1955, com 17 anos, mais uma vez, fiquei longe do processo sucessório por exigência da lei, que determinava a idade de 18 anos ao direito do voto, razão porque não sufraguei o nome do melhor presidente do Brasil de todos os tempos: Juscelino Kubitscheck de Oliveira, em cujo mandato (1955 a 1960), o País avançou 50 anos em cinco.
Foi na sucessão de JK, na qual concorreram os candidatos Jânio Quadros (UDN), Henrique Teixeira Lott (PSD-PTB) e Ademar de Barros (PSP), que debutei como eleitor, mas as urnas não foram favoráveis ao candidato que recebeu o meu voto: o marechal Henrique Teixeira Lott, derrotado pelo ex-governador de São Paulo, que renunciou ao mandato em agosto de 1961 e levou o País a uma crise institucional, que resultou na mudança da forma de governo, que de presidencialismo virou parlamentarismo e o vice-presidente João Goulart assumiu como Chefe de Estado e não como Chefe de Governo.
Com a deposição de João Goulart, em março de 1964, o Brasil ingressa novamente numa fase de excepcionalidade, com os militares governando ao arrepio da Lei e da Constituição de 1946, esta, diversas vezes alterada para ficarem vinte anos no poder, sob o comando dos generais Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo , eleitos por via indireta e através de um Colégio Eleitoral composto de membros do Congresso Nacional e de representantes das Assembleias Legislativas.
O retorno do País ao regime democrático, em 1985, conduziu os candidatos Tancredo Neves e José Sarney aos cargos de presidente e vice da República. Com a morte de Tancredo Neves, ascende ao poder o vice, José Sarney, que convoca, em 1990, o eleitorado para eleger pelo sufrágio universal, direto e secreto, seus novos dirigentes. Ao final das apurações, o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor, é o vencedor, mas sem o meu voto, pois, no primeiro turno, votei no paulista Mário Covas, e, no segundo, em Lula.
Collor não cumpre o mandato inteiro, pois em 1992 é defenestrado do poder por força do impeachement, que culmina na posse do vice, Itamar Franco.
O sucessor de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, vence as eleições de 1994 e de 1998. A ele dei o meu voto para cumprir dois mandatos, nos quais teve bom desempenho administrativo.
Para substituir FHC, se duelaram no pleito de 2002 os candidatos Lula e José Serra, sendo vencedor o representante do PT, que não viu a cor do meu voto, pois sufraguei o candidato do PSDB nos dois turnos.
Na corrida sucessória de 2006, vencida novamente por Lula, cravei o meu voto no candidato derrotado, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckimin.
A popularidade de Lula extrapola no lançamento da candidatura da ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, vencedora das eleições de 2010 e 2014. Mais uma vez o PT não conquista o meu voto, pois em 2010 optei pelo candidato do PSDB, senador José Serra, inapelavelmente derrotado. Na segunda, em 2014, sufraguei, sem vacilar, o nome de outro tucano, senador Aécio Neves, também, repelido nas urnas.
Para coroar a minha aversão ao PT, no pleito recente de 2018, no primeiro turno, votei em Geraldo Alckimin. No segundo, ignorei as candidaturas de Fernando Hadad e Jair Bolsonaro, optando pelo voto em branco, o que aconteceu pela primeira vez na minha vida de cidadão brasileiro.
RECADO PARA O GOVERNADOR
O governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, mandou aos governadores que não apoiaram o candidato Jair Bosolnaro este recado: “Quando se assume o papel de governador depois que a eleição passa, nós temos a responsabilidade de melhorar a vida população, independentemente de quem seja o presidente, para construirmos uma relação constitucional sadia e harmoniosa.”
OS OITENTÕES DA AML
Nada menos que quatro membros da Academia Maranhense de Letras entrarão no clube dos oitentões em 2019.
Alberto Tavares e Milson Coutinho, respectivamente, dias 2 e 9 de março.
Américo Azevedo Neto a 29 de outubro e Carlos Gaspar a 5 de dezembro.
Haja festa.
NOMES ARTÍSTICOS
Segundo os Cartórios de Registro Civil do Estado do Maranhão, os nomes mais escolhidos pelos pais no momento do registro de nascimento de seus filhos, em 2018, foram João Miguel e Enzo Gabriel.
O primeiro, com 663 registros e o segundo com 564.
Foram-se os tempos em que os pais escolhiam os nomes de Benedito, Raimundo, João Batista, José de Ribamar, Antônio, Joana, Maria de Jesus, das Dores, Aparecida, Conceição, Nazaré e outros que tais, de conformidade com os santos do dia.
Hoje, quem inspira os pais, no tocante aos nomes dos filhos, são os atores e as atrizes das novelas globais.
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
Poucos os prefeitos que este ano pagaram o décimo terceiro salário aos servidores municipais.
Até pouco tempo o 13º salário era pago religiosamente pelo setor público, que com essa remuneração extra, proporcionava aos servidores um final de ano feliz.
De uns tampos para cá, contudo, o 13º só tem servido para atormentar a vida dos funcionários públicos, os quais, à falta de tão importante salário, ficam impedidos de comemorar data festiva e plena de fraternidade.
FÓRMULA SALVADORA
OS sindicatos e as associações que representam o funcionalismo público estadual, já sabem o que fazer nos próximos anos para o governador Flávio Dino pagar antecipadamente o 13º salário e a folha de dezembro.
A partir do mês de julho começarão a veicular pelos meios de comunicação que o Governo do Estado, pelos gastos desnecessários ou desvirtuados, não terá condições de pagar o que é devido aos servidores no final de ano.
BOLSONARO EXALTA SARNEY
Os que não gostam de Sarney ou nutrem por ele animalesca inveja, não vão perdoar o Presidente da República, Jair Bolsonaro, pela maneira afetuosa como cumprimentou o ilustre maranhense, na tarde de sua posse, em dois momentos distintos.
Como se não bastasse, no dia seguinte, em discurso numa solenidade oficial e sem a presença de Sarney, Bolsonaro realçou de maneira eloquente a atuação do ex-presidente da República na condução dos destinos do Brasil.