Ao longo dos 88 anos de vida da Copa do Mundo, o Brasil marcou presença em todos os campeonatos em que estava em jogo a supremacia do futebol.
Só a partir da Copa do Mundo de 1938, realizada na França, o povo brasileiro teve condições de ouvir pelo rádio o desempenho dos jogadores que nos representavam naquele campeonato.
Por causa dos conflitos bélicos, que dominavam a Europa, os jogos da Copa do Mundo não aconteceram na década de 1940. Após o término da II Guerra Mundial, a Copa renasce em 1950, tendo o Brasil como país anfitrião. Ainda que a televisão tenha sido inaugurada em São Paulo, naquele ano, os jogos da Copa do Mundo, só chegaram aos lares brasileiros através das emissoras de rádio.
Em 1970, com a realização da Copa do Mundo no México, o Brasil conquistou a terceira Taça Jules Rimet. Foi naquele país que o rádio passou a dividir com a televisão a transmissão dos jogos de futebol, gradativamente monopolizados pela Rede Globo, que, este ano, deu um show de bola, graças à fantástica e estrondosa estrutura humana, física e tecnológica montada na Rússia, com recursos provenientes de poderosos anunciantes, que possibilitaram uma cobertura jornalística jamais vista no país.
Um ano antes de começar a atual Copa do Mundo, a Rede Globo já marcava presença no país promotor do evento, de onde seus repórteres mandavam notícias e faziam reportagens sobre o que ali acontecia, como preparativo para uma transmissão sem defeito e produzida com esmero, competência e eficiência.
Eu, que vim de uma época em que a transmissão da Copa do Mundo se fazia pelo rádio, com desusado interesse, acompanhei o auspicioso salto tecnológico que de uns anos para cá a Rede Globo de Televisão incorporou às suas jornadas esportivas, para proporcionar ao povo brasileiro transmissões da melhor qualidade técnica e jornalística.
Se este ano, a cobertura TV Globo foi impecável, sob qualquer aspecto, o que não será daqui a quatro anos, com o avanço cada vez mais forte do homem sobre a natureza?
Mas enquanto aguardamos 2022, quando a Copa acontecerá no Catar, vale fazer um recuo no espaço e no tempo para lembrar que os três primeiros campeonatos mundiais de futebol tiveram por palco o Uruguai, a Itália e a França, respectivamente, em 1930,1934 e 1938, a respeito das quais quase nada posso comentar, pois ainda me encontrava na barriga da minha mãe.
As demais aconteceram em 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970,1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. De algumas, pelo bom desempenho do Brasil, guardo boas recordações; de outras, porém, pelo fracasso do nosso time, não vale lembrar.
É de bom alvitre dizer que as Copas realizadas entre 1950 e 1966 chegaram aos meus ouvidos através das emissoras de rádio; já, as de 1970 a 2018 foram ouvidas e vistas graças à invenção da televisão.
Dentre todas, três ficaram indelevelmente marcadas na minha vida: a de 1950, no Rio de Janeiro; a de 1958, na Suécia; e a de 1970, no México.
A primeira ocorrida no Rio de Janeiro, em que o Brasil perdeu para o Uruguai, eu, com 12 anos de idade, acompanhei a transmissão do jogo junto ao povo de minha terra-Itapecuru, que por não dispor de aparelho de rádio, concentrava-se numa praça pública, para ouvir através de um serviço de alto falante – Voz Marilia, de propriedade do prefeito municipal, Miguel Fiquene, os lances narrados pelos locutores da Rádio Nacional.
A segunda Copa do Mundo a ficar retida na minha memória foi a da Suécia, onde o Brasil, em 1958, conquistou o título de campeão e consagrou jogadores do nível de Didi, Newton Santos, Vavá e Pelé. À época, eu estudava no Rio de Janeiro e recordo que pelas rádios Nacional, Tupi e Tamoio o povo carioca ouvia a transmissão das partidas de futebol.
Não esqueço aquela Copa por duas razões. A primeira, porque morava com outros amigos maranhenses, num apartamento no Largo do Machado e fizemos um esforço pecuniário para comprar um aparelho de rádio movido à energia elétrica, sem o qual ficaríamos alienados do certame futebolístico. A segunda, por ser vizinho do Palácio do Catete, assisti de perto e ao vivo toda a solenidade em que o então presidente da República, Juscelino Kubitscheck, recepcionou os jogadores brasileiros e campeões do mundo.
A Copa do Mundo, no México, em 1970, é outra que continua intocável no meu consciente, porque o Brasil conquistou o seu terceiro título mundial e com as transmissões diretas dos jogos pela televisão, via satélite. Mas nem todos os estados brasileiros se beneficiaram com essa maravilhosa novidade. O Maranhão, por exemplo, ficou de fora, mas o Piauí privilegiou-se com o precioso avanço tecnológico. Resultado: nos dias de jogos do Brasil, caravanas de São Luís e do interior do Estado rumavam para Teresina, sendo recebidos com saudações nada gratificantes como esta: “Maranhenses, sejam bem-vindos ao México.”
Eu não assisti a nenhum jogo em Teresina, pois, contentava-me, dias depois, em vê-los por meio do vídeo-tape e veiculados pela TV Difusora.
PROJETOS AMBICIONADOS
Entra governador e sai governador e o Maranhão continua sem a implantação em seu território de três projetos de suma importância para o desenvolvimento econômico do Estado.
Anotem: a Refinaria Premium, em Bacabeira, a Base Espacial de Alcântara, e a Zona de Processamento de Exportação, em São José de Ribamar.
Até agora são obras de Santa Engrácia.
ZONA DE EXPORTAÇÃO E PC do B.
A senadora amazonense, Vanessa Grassiotin, do PC do B, a única que, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, votou contra o projeto de criação da Zona de Processamento de Exportações no Maranhão.
Setores políticos do Maranhão acham que o governador Flávio Dino deveria ter manifestado à senadora do Amazonas, que integra o mesmo partido dele, um devido protesto.
Há quem diga que o governador omitiu-se por um simples motivo: o autor do projeto.
MEMORIAL DE ANTÔNIO DINO
Oportuna iniciativa tomou a Fundação Antônio Dino, reservando em sua sede um espaço para abrigar fotos, objetos e registros em homenagem a um cidadão cuja vida profissional e política foi literalmente retilínea.
Trata-se de um Memorial para preservar e dar relevo a um homem que ao longo da sua existência só fez plantar o bem e prestar bons serviços à coletividade, à qual se dedicou com amor, zelo e dignidade.
Quando soube da inauguração do Memorial, comuniquei à família Dino o meu interesse em doar um precioso material sobre a vida e a obra de Antônio Dino, o que fiz na semana passada.
SECRETÁRIO DE SEGURANÇA
Até agora não se sabe o reservado ao senador João Alberto nas próximas eleições.
Há quem diga que ele poderá ser o companheiro de chapa de Roseana Sarney, mas há quem ache que ocupará um cargo de relevo no primeiro escalão do Governo, na hipótese de Roseana vencer o pleito.
A propósito: se Roseana, ao longo de sua campanha eleitoral, anunciar a presença de João Alberto na Secretaria de Segurança, garanto que a sua votação crescerá bastante.
FALTA VOTO
Os adeptos da candidatura de Weverton Rocha ao Senado dizem que ele “é o único candidato que tem estrutura própria de campanha, que vai do partido à militância social, passando pela força da comunicação e a aliança com prefeitos e candidatos de todas as ideologias”.
Não adianta ter tudo isso e lhe faltar o principal: o voto.