O PAÍS E O ESTADO DO MARANHÃO

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O que tem a ver um jornal fundado em São Luís a 1º de maio de 1863, com outro que também nasceu na mesma data, em 1975?

O primeiro, veio ao mundo há 158 anos, intitulado de O País e pertencia ao jornalista Temístocles Aranha; o segundo, nascido há 46 anos, com a denominação de O Estado do Maranhão, fundado por dois jornalistas, José Sarney e Bandeira Tribuzi.

Segundo o grande historiador, Jerônimo de Viveiros, nos primeiros tempos de O País, o jornal circulava duas vezes por semana, mas vinte anos depois passou a ser diário e anunciava-se como defensor dos oprimidos, das injustiças, dos sentimentos altruísticos da sociedade e da grandeza e felicidade do Maranhão.

Nos seus primeiros anos de vida, o jornal de Temístocles Aranha, não tinha tipografia própria, com a redação na Rua de Santo Antônio, mas cuidadosamente elaborado com criteriosos artigos e editorais, selecionadas transcrições e interessantes correspondências, magnificamente revistas e impressas, assim relatava mestre Jerônimo.

Já O Estado do Maranhão, antes de ganhar esse nome, era conhecido por Jornal do Dia, que funcionava na Rua de Santana, de propriedade do empresário Alberto Aboud, que vendeu a um grupo de empresários e políticos, encabeçados por José Marão e José Sarney, mas, na metade da década de sessenta do século passado, passou para o domínio integral de Sarney.

O Jornal do Dia, à época, não possuía os equipamentos tecnológicos da comunicação moderna, portanto era produzido e circulava sob o reinado das máquinas de datilografia e das linotipos.

A partir de 1975, o Jornal do Dia deixa de circular, sendo substituído por um veículo de comunicação mais moderno, batizado com o nome de O Estado do Maranhão, com a sua redação no bairro de São Francisco, despojado de equipamentos ultrapassados e substituídos pelo que havia de mais moderno no mundo da tecnologia gráfica.   

Se entre O País e O Estado do Maranhão havia uma coincidência quanto as datas de fundação, também não discrepa com relação aos motivos pelos quais ambos deixaram de circular.

Mais uma vez recorro ao professor Jerônimo de Viveiros e transcrevo o texto no qual o dono de O País deu por encerrado o seu jornal e que tem muito a ver com o fim de O Estado do Maranhão:  “Não deve desaparecer um jornal da natureza deste, sem que o leitor, que já está com ele habituado, seja informado do motivo desta resolução.

“Há muito tempo lutava O País com grandes dificuldades financeiras para manter-se, desde que sua publicação, de três vezes por semana, passou a ser diária, pois duplicou a sua despesa e pequeno aumento teve a receita.

“Isso obrigou-me a sacrifícios enormes, até que, esgotados os meus recursos, veio uma sociedade comandita amparar o jornal.

“ Vendo, porém, eu, depois de um ano de formada a sociedade, que o estado financeiro da empresa não melhorava, dei disto conhecimento aos sócios comandatários, àqueles que tão generosamente me auxiliaram, e a quem a maior gratidão devia; em vista da escrituração que lhes foi apresentada, e do lhes expus, resolvemos suspender circulação do jornal.

“É este o único motivo porque desaparece O País.

“ Não se rompe com hábitos inveterados sem sentir-se grande abalo, não se deixa uma profissão que se exerce, sem a interrupção de um só dia , por mais de vinte anos, sem um profundo sentimento; e assim pode cada um avaliar o que me vai na alma, vendo desaparecer O País, este jornal que criei e que sustentei até o impossível.

“Mas como não há dor sem lenitivo, resta-me a consolação de retirar-me da imprensa sem a ter desonrado, de ter sustentado o jornal no mais elevado nível de conceito público.

“Aos bons e velhos assinantes do País, a todos que o auxiliaram minha eterna gratidão.

“Aos meus companheiros de trabalho, meus amigos, esses honrados operários, que desde a fundação do jornal não desamparam e a seus companheiros de oficina, meu profundo reconhecimento.”            

O MEU INGRESSO NO JORNALISMO

Devo o meu ingresso no jornalismo ao poeta e escritor Bandeira Tribuzi, que conheci nos idos de 1962, quando era o redator-chefe do Jornal do Povo, de propriedade do deputado federal Neiva Moreira.

Ele e eu estávamos registrados como candidatos à Assembleia Legislativa do Maranhão, pelo Partido Social Progressista, nas eleições proporcionais de 1962, e  fazíamos parte de um grupo que costumava se reunir na redação do Jornal do Povo, situado num casarão da Rua da Paz, ou então na Praça João Lisboa, debaixo de uma árvore, apelidada de urucuzeiro, porque, segundo os militares, “abrigava simpatizantes do credo vermelho” e onde pontificavam  figuras humanas de  valor moral e cultural, lideradas por Bandeira Tribuzi e José Mário Santos.

Por causa regime militar, em abril de 1964, o grupo sai de cena e volta a se reunir em 1965, face à eleição ao governo do Maranhão. Uma parte do grupo, liderada por Tribuzi, apoia a candidatura de José Sarney, e a outra, capitaneada por Zé Mário se bandeia para o candidato Renato Archer.

Com a investidura de Sarney no cargo de governador, Tribuzi conquanto perseguido pelos militares, torna-se figura proeminente do novo governo, ao lado de outros valorosos técnicos maranhenses.

Pelas mãos de Joaquim Itapary, depois de receber o sinal verde de Sarney, aportei na Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão, órgão com a função de formular estratégias, planos e ações para a construção do Maranhão Novo. 

Tribuzi, além das atividades técnicas, prestadas à Sudema, também, comandava o Jornal do Dia, agora sob o domínio de Sarney. Num dia de 1967, com a conversa girando em torno de jornal e de jornalistas, Tribuzi, a quem eu costumava mostrar os meus aleatórios textos, pergunta-me se topava escrever uma coluna no JD, a respeito de assuntos variados. Sem pestanejar, aceitei o desafio, assumindo a coluna Roda Viva, que comecei com o pseudônimo de J. Amparo.

A coluna, por causa da minha formação política de oposição, fato que me levou à perda do mandato de deputado estadual, em abril de 1964, rapidamente conquistou o público, que, à época, tinha o costume e o prazer de ler os jornais editados em São Luís.

No Jornal do Dia, trabalhei durante dez anos. Depois de certo tempo, abdiquei do pseudônimo e a festejada coluna Roda Viva só deixou de ser publicada por causa de um atrito com o então deputado Alexandre Costa, que não gostou de uma nota divulgada a seu respeito, levando a direção do JD a prestar solidariedade ao político e não ao seu colunista.

 DEPOIS DO JORNAL DO DIA

Ao deixar o jornal de Sarney, o jornalista Adirson Vasconcelos, que dirigia O Imparcial, convidou-me para continuar com a Roda Viva, no matutino dos Associados, onde passei longa temporada até o dia em que bati de frente contra os interesses políticos do jornalista Pires de Sabóia, então candidato a deputado federal pela Arena.

Minha saída de O Imparcial coincidiu com o lançamento de um novo matutino em São Luís, projetado pelo jornalista Cordeiro Filho. Tratava-se de O Jornal, publicado em tamanho tabloide, policromia e sustentado em três pilares: política, sob a minha responsabilidade; polícia, a cargo do jornalista Eloy Cutrim; e esporte, que o jornalista Fernando Sousa redigia.

Quando Antônio Carlos Lima foi chamado por José Sarney para dirigir O Estado do Maranhão, fui convidado para colaborar nas edições de domingos, com matérias sobre fatos e episódios históricos, políticos e culturais do passado maranhense.

Aproveitava, também, para colaborar, com prazer e alegria, com o meu amigo Pergentino Holanda, com notas oportunas e interessantes, as quais, muitas vezes escapavam de seu domínio de jornalista atuante e competente.

Esse convívio com a redação de o Estado do Maranhão, levou o meu amigo, profissional de primeira linha, Ribamar Correia, a convidar-me a escrever a coluna Roda Viva no Caderno Alternativo, nos finais de semana, no lugar do saudoso escritor Carlos Lima, que havia falecido.

De pronto aceitei ao convite de Ribamar Correia, ao qual devo a grande e irrecusável oportunidade de retornar ao convívio jornalístico e de fazer parte de uma equipe de profissionais da melhor categoria e de um veículo de comunicação que ao longo do tempo sempre acompanhou a evolução da tecnologia impressa, mas hoje deixa de circular, abrindo um enorme vazio na vida maranhense e na história de nossa vibrante imprensa.              

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CENTENÁRIO DE ALEXANDRE COSTA

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As novas gerações maranhenses, que ocupam cargos públicos, eletivos ou nomeados, pouco ou nada sabe a respeito de uma das figuras humanas, nascida em Caxias a 13 de outubro de 1921, batizada com o nome de Alexandre Alves Costa, que se ainda estivesse entre nós, teria completando cem anos de vida.

Para quem desconhece a trajetória pública de Alexandre Costa, vale dizer que foi um dos políticos mais bravos, destemidos e corajosos que marcaram presença na cena maranhense, exercendo postos e funções de relevo num período em que as lutas partidárias se travavam com denodo e paixão.

Em 1948, Alexandre concluiu o curso de Engenharia Civil, em Belo Horizonte, mas pouco atuou na profissão, pois o destino reservou a ele a destinação  política, que abraçou em 1950, bandeando-se para o vitorinismo, apoiando e lutando pela candidatura do cunhado, Eugênio Barros , ao governo do Estado, cuja eleição, por causa da fraude eleitoral,  foi contestada nos tribunais pelos líderes oposicionistas, e repelida, nas ruas, pelo povo de São Luís. 

Naquela época de tumulto político, Alexandre Costa foi nomeado para o seu primeiro cargo público: prefeito de São Luís, mas não teve condições de administrar a cidade, face à paralização de todas as atividades públicas e privadas no Maranhão.

Ao cessar o movimento grevista contra a posse de Eugênio Barros, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, o governador nomeou o cunhado para o cargo de secretário do Interior, Justiça e Segurança, onde teve atuação destacada, que o credenciou na sucessão de Eugênio a ser o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo médico José de Matos Carvalho, que venceu a eleição majoritária de 1955, mas como a do antecessor, inabilitado a assumir o governo, porque as Oposições Coligadas, novamente impugnaram a vitória do candidato vitorinista.

Enquanto se aguardava a decisão da Justiça Eleitoral, sobre a posse do novo governador e do vice, irrompe na Assembleia Legislativa um movimento de deputados oposicionistas e de  governistas, não afinados com Alexandre Costa, para a revogação da emenda constitucional, que dava direito ao vice-governador eleito de presidir as sessões do Poder Legislativo, a partir de janeiro de 1956, proposta essa que Alexandre, resistiu e conseguiu não ser aprovada.  

Bastaram apenas dois meses depois de empossados governador e vice, a 8 de julho de 1957, por decisão do TSE, tornou-se visível e problemático o  relacionamento político e pessoal entre Matos Carvalho e Alexandre Costa, fato que veio à tona numa viagem do governador ao Rio de Janeiro em setembro de 1957, quando não transmitiu o cargo ao vice, o qual, de seu gabinete, na Assembleia Legislativa, passou a assinar decretos e aprovar leis que contrariavam os interesses do PSD.

A crise só acabou porque Matos Carvalho imediatamente retornou a São Luís e investiu-se no cargo, ato que levou Alexandre Costa a se passar de armas e bagagens para as Oposições Coligadas, tornando-se o candidato a vice-governador, na chapa encabeçada pelo deputado Clodomir Millet, em 1960 e vencida pelo candidato vitorinista, Newton Bello.

Nas eleições de 1962, candidatou-se à Câmara de Deputados pelo PSP, mas ficou na suplência, motivo pelo qual assumiu o lugar de Neiva Moreira, cassado em 1964, pelo regime militar, que Alexandre apoiou ardorosamente e participou ativamente da campanha eleitoral de 1965, que conduziu o deputado José Sarney ao Palácio dos Leões.

Com a introdução no país do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional, concorrendo em 1966 novamente à Câmara dos Deputados.

No pleito de 1970, foi convocado por Sarney para se candidatar ao Senado sendo eleito e reeleito em 1978. Com o fim do bipartidarismo em 1979, filiou-se ao Partido Democrático Social. Com José Sarney na Presidência da República, recebeu convite para governar Brasília, cargo que recusou para não perder o mandato de senador. 

Nas eleições majoritárias de 1986, novamente concorreu ao Senado da República, sendo eleito pelo Partido da Frente Liberal. Em dezembro de 1992, foi nomeado para o cargo de ministro do Interior e Organismos Regionais, pelo presidente Itamar Franco. Pelo desempenho em favor das prefeituras municipais do Maranhão, recebeu expressiva votação para o exercício de seu quarto mandato de senador, no começo do qual foi surpreendido por uma doença de fundo neurológico, que o afastou definitivamente de suas funções parlamentares. No final de agosto de 1998, seu estado de saúde agravou-se e o levou à morte a 29 daquele mês.

COVID E CÂNCER

No Maranhão, depois que a Covid-19 diminuiu a sua força na sociedade, deixando de causar a morte de tantas pessoas, algumas das quais bem quistas e prestadoras de bons serviços à população, eis que outra perniciosa doença passou a atacar de modo impiedoso os maranhenses.

Trata-se do câncer, que, nos últimos meses, tem tirado do nosso meio social um bom número figuras humanas conhecidas e que deixaram saudades pelo modo como atuavam e praticavam ações dignas na vida privada ou pública do Maranhão.   

 TROCA DE MINISTROS

Há três meses, o presidente Jair Bolsonaro indicou o seu ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, mas até hoje o Senado não o sabatinou, condição indispensável para integrar a mais alta Casa do Poder Judiciário.

Sugestão para o impasse ser resolvido: o presidente da República trocar a indicação de um “ministro terrivelmente evangélico”, por um ministro terrivelmente católico.

LINHA DE CRÉDITO

Com o custo de vida cada vez mais subindo e fazendo com que grande parte da nossa população, à falta de recursos, esteja passando fome, corre a notícia de que a Caixa Econômica pensa abrir uma nova linha de crédito e com uma destinação específica.

Permitir que a grande maioria do povo tenha condições de ter carne na mesa e possa pagar a conta de luz com juros especiais e parcelamento em dez vezes.

CRUZEIROS MARÍTIMOS

Anuncia-se que ainda este ano, os cruzeiros marítimos deverão retornar à costa brasileira, presenças suspensas pela pandemia e quando estavam em alta no país.

A partir de novembro, acredita-se que os cruzeiros marítimos, que incrementaram bastante o turismo no nordeste brasileiro, retornem à atividade.

Está na hora do setor do governo maranhense, a quem cabe fomentar o nosso turismo, entrar em ação e com firmeza e competência incluir São Luís no roteiro dos cruzeiros marítimos.

DE OLHO NA AML

Nesta quinta-feira, 21 de outubro, intelectuais e políticos estarão com as vistas voltadas para a Academia Maranhense de Letras.

Naquele dia, às 17 horas, não o governador, mas o homem de cultura, Flávio Dino, disputará com quatro concorrentes, o direito de fazer parte da mais importante instituição cultural do Maranhão.

Pelos entendidos em eleições acadêmicas, Flávio Dino é o favorito no pleito. 

PONTA PÉ NO VANDALISMO

A convite da estimada e competente amiga, Kátia Bogéa, que preside a Fundação do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Luís, marquei presença no evento público, na Praça Benedito Leite, presidido pelo prefeito, Eduardo Braide.

O evento marcava a deflagração de um projeto com o propósito de combater o vandalismo reinante nesta cidade e também voltado para sensibilizar a população da necessidade imperiosa de preservar e cuidar do patrimônio histórico de São Luís.

PALMAS PARA O PREFEITO

Gostei e bato palmas ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que na sua oração ao referir-se a Benedito Leite, com segurança e propriedade, traçou um breve perfil de um homem público que teve por um longo tempo presença marcante na vida pública maranhense.

Espero que o comportamento do prefeito se repita sempre em ocasiões como aquela, pois informa sobre a ação da prefeitura e do significado da obra para a sociedade, principalmente de fundo histórico ou de natureza relevante. 

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O PRIMEIRO VOTO A GENTE NUNCA ESQUECE

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Durante alguns anos, as eleições majoritárias e proporcionais no Brasil eram realizadas simultaneamente no dia 3 de outubro.  

Uma das grandes frustações da minha vida é a de não ter votado pela primeira vez na minha cidade natal-Itapecuru, porque ao completar a idade para  participar do processo eleitoral, morava no Rio de Janeiro, onde estudava para ingressar no curso superior,  depois de concluído o ensino secundário em São Luís, no Liceu Maranhense.

Como aportei no Rio de Janeiro no começo de 1960, foi naquela cidade, que dava os últimos suspiros como a capital da República, que completei a idade legal para alistar-me eleitoralmente e poder votar no pleito marcado para 3 de outubro de 1960, com vistas à sucessão do presidente Juscelino Kubitscheck e disputado pelos candidatos Jânio Quadros (UDN), Henrique Lott (PSD-PTB) e Ademar de Barros (PSP), tendo como vices, respectivamente,  Milton Campos, João Goulart e Fernando Ferrari.

Com o meu título eleitoral em mãos e devidamente       

apto a votar nas eleições presidenciais, acompanhei presencialmente a campanha eleitoral travada no Rio de Janeiro entre os dois candidatos eleitoralmente mais fortes: Jânio Quadros e Henrique Lott. Se o primeiro era apoiado pela fina flor dos políticos da direita e denominados , à época, de entreguistas, porque se afinavam com capitalismo americano,  o segundo, um anticomunista de primeira linha, sustentava-se politicamente na esquerda, em função de sua tendência democrática e legalista, na medida em que impediu um golpe de Estado, desencadeado pela UDN, após o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas.

Nessa guerra política-ideológica, optei pela candidatura do íntegro militar do Exército brasileiro, que embora não tivesse o maquiavelismo político do opositor, era um candidato em que o eleitor consciente podia ter a certeza de, como chefe da Nação, seria correto, honesto e convicto das necessidades e do momento pelo qual o Brasil atravessava.

No Rio de Janeiro, onde uma aguerrida campanha eleitoral se realizava entre o nacionalismo e o entreguismo ou entre a espada, símbolo da candidatura de Lott, e a vassourinha, ícone do candidato Jânio Quadros, eu sempre comparecia aos comícios nos principais bairros cariocas, que, invariavelmente, terminavam em pancadaria.

A união do lacerdismo com o janismo não conseguiu derrotar o candidato Henrique Lott, no Rio de Janeiro, mas, para a tristeza dos nacionalistas, o marechal não suplantou o seu principal opositor na votação a nível nacional.

Resultado desse eloquente equívoco eleitoral: em agosto de 1961, poucos meses após a investidura de Jânio Quadros, no Palácio do Planalto, mostrou não ter equilíbrio emocional para o exercício do importante cargo, renunciando à Presidência da República e por pouco não leva o país a uma conflagração nacional.

Em 1960, com a transferência da Capital do Brasil, do Rio de Janeiro para Brasília, na Cidade Maravilhosa houve também eleição para governador do novo estado, batizado com o nome de Guanabara, disputada entre os candidatos Carlos Lacerda, da UDN, e Sérgio Magalhães, do PTB, ganha pelo primeiro, mas contra o meu voto.

Em tempo: no Maranhão, no pleito de 1960, o general Lott, apoiado pelo PSD-PTB, suplantou em muito a votação de Jânio. Para o governo do Estado, o vitorioso foi o vitorinista, Newton Bello, que derrotou por larga margem de votos o candidato oposicionista, Clodomir Millet, do PSP, eleição na qual a fraude eleitoral deitou e rolou.

ENCONTRO DE ALTO NÍVEL

Nesta última terça-feira, o ex-presidente José Sarney recebeu um telefonema do governador Flávio Dino, que desejava visitá-lo.

Educado e sem rancores de natureza pessoal ou política, Sarney recebeu Flávio, no final daquela tarde, para comunicar ao decano da Academia Maranhense de Letras da sua candidatura àquela Casa, dizendo-lhe, ademais, da honra e da felicidade se contasse com o seu voto acadêmico.

Durante o tempo em que Flávio ficou na casa de Sarney, a conversa não girou em torno de política, mas de literatura, história e São Luís como patrimônio cultural da humanidade.      

SISTEMA FECOMÉRCIO

Depois de mais de trinta anos dirigindo a Federação do Comércio do Maranhão, o SESC e o SENAC, o empresário José Arteiro, pretende pendurar as chuteiras.

Em maio de 2022, quando se dará o processo sucessório no Sistema Fecomércio, Arteiro, fará questão de passar o cargo ao empresário que disputará e vencer as eleições.

MARIA SAMPAIO

Este final de ano em Itapecuru não será igual aos passados.

Aquela festa popular, que na noite de 31 de dezembro se misturava com o primeiro dia do ano novo, tinha na figura poética e folclórica de Maria Sampaio, a principal animadora, pois ela mobilizava a população para uma noitada rica de música, comida e bebida.

Isso acontecia infalivelmente todos os anos, com a participação de orquestras e manifestações folclóricas, destacando-se o tambor de crioula, que se alternavam ao longo da noite e só acabava quando o sol raiava em toda a plenitude.

O meu pai, Abdala, e eu sempre fizemos questão de participar financeiramente daquele festejo.   

FESTA DOS AMIGOS

Em virtude da pandemia, não aconteceu no ano passado a tradicional Festa dos Amigos, que o engenheiro Mauro Fecury realiza há mais de vinte anos no Ceuma.

Este ano, o fraternal e festivo evento, que reúne amigos de antigas e novas gerações, acontecerá com a mesma pompa dos anos anteriores, mas obedecendo aos protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias.

A Festa dos Amigos de 2021 se realizará no segundo sábado de dezembro, dia 11, com a presença de um cantor de fama nacional. 

HANG E TIM MAIA

Quando na CPI do Senado o empresário bolsonarista, Luciano Hang, disse que não é negacionista, nunca propagou fake news e jamais recomendou a cloroquina para uso contra a Covid, lembrei-me imediatamente do saudoso cantor Tim Maia, que gostava de proclamar em alto e bom

 som: – Eu não fumo, não bebo e não cheiro. Só minto um pouquinho. 

DIA DA LITERATURA MARANHENSE

Eu não conheço pessoalmente o deputado estadual, Marco Aurélio, do PC do B, mas fiz questão de na última reunião da Academia Maranhense de Letras, de elogiá-lo pelo projeto apresentado na Assembleia Legislativa, que instituiu o Dia Estadual da Literatura Maranhense.

Pela proposta do parlamentar, a comemoração do evento será a 10 de agosto, em homenagem ao nascimento do poeta Gonçalves Dias e da fundação da Academia Maranhense de Letras.

Só por causa desse projeto, o deputado Marco Aurélio merece ser reeleito.

TEMPOS DE BOLSONARO

Nos tempos atuais, em que a ciência e a tecnologia mudaram completamente e para melhor o modo de vida da população, vivemos no Brasil um terrível e insuportável retrocesso.

Por conta disso, grande parte da sociedade brasileira, que já havia abandonado certas condutas e comportamentos, começa a retornar a um passado ultrapassado e abolido, como a troca da iluminação elétrica por lamparina a querosene, o gás de cozinha por carvão e lenha, e da água encanada pela de poço.

JOÃO ALBERTO EM AÇÃO

Quem pensa que o ex-senador João Alberto abandonou completamente a política, equivocou-se.

Conquanto não seja candidato a qualquer cargo eletivo, continua em ação, principalmente no interior do Estado, correndo atrás de votos para reeleger o filho João Marcelo a deputado federal.

Apesar de longevo, João Alberto mostra fôlego e vontade de vencer mais essa etapa política, agora, em favor de seu sucessor. 

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FLÁVIO DINO E OS ACADÊMICOS

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Flávio Dino, não como governador, mas como figura humana e intelectual, viveu, na semana passada, uma inédita experiência de vida.

Ele que, nos últimos tempos, em função do exercício de atividades governamentais, só se encontra ou mantém diálogos com personalidades públicas e privadas, com as quais trata de demandas atinentes ao desempenho da máquina administrativa ou de assuntos relativos ao mundo político e partidário, resolveu fugir por algumas horas dessas rotineiras e enfadonhas conversas, para um encontro agradável e descontraído com os membros da Academia Maranhense de Letras.

Nesse encontro, Flávio Dino, não o governador, mas o intelectual, procurou se aproximar dos acadêmicos que fazem parte da Casa de Antônio Lobo, alguns, conhecidos, outros, apresentados na oportunidade, não para dialogar sobre os candidatos à sua sucessão ao governo do Estado, mas sobre um desejo incontido na sua alma de homem de cultura, sentimento que acontece num momento de amor e de saudade.

Aquela fraterna reunião com os membros da Casa de Antônio Lobo, realizada num clima completamente desprovido de aparatos institucionais, teve como pano de fundo as eleições para a vaga aberta com o falecimento do inesquecível acadêmico Sálvio Dino, que ocupou a Cadeira 31, patroneada por Vespasiano Ramos e fundada por Mariana Luz.

 Com a eloquência que lhe é peculiar e detentor de uma cultura sólida e eclética, Flávio Dino de maneira aberta e sincera disse aos acadêmicos, que estava ali para expressar de corpo e alma o desejo de integrar a Academia Maranhense de Letras, para nela dar continuidade do que herdou dos antecessores, principalmente do avô, o historiador e desembargador Nicolau Dino, e do pai, o poeta e cronista Sálvio Dino, figuras que legaram às nossas letras páginas marcadas pela cultura e pela projeção cenário literário do Maranhão.

Como candidato à imortalidade, Flávio disse ainda que desejava ser acadêmico, não por ostentação ou vaidade, mas, aprender com todos os que, ao longo do tempo, emprestaram seus talentos intelectuais para a AML, especialmente os seus atuais membros, que honram as tradições culturais de nosso Estado.

Ao final, também não esqueceu de pontuar que o seu desejo, como acadêmico, é o de ter uma convivência fraterna, harmônica e sempre de colaboração produtiva para engrandecer a instituição, a cultura da nossa terra e contribuir para que os direitos à educação cheguem a todos os maranhenses.  

Depois da sua brilhante oração, em que não pediu voto para ninguém, Flávio Dino deixou impregnado no sentimento dos acadêmicos de que, pela sua inteligência e cultura, é o candidato dotado de todas as condições para preencher a vaga que durante bom tempo teve à frente o filho, Sálvio Dino, que, como seguidor de seus passos, tem  apresentado e produzido uma quantidade de trabalhos e artigos, divulgados em periódicos culturais e livros acadêmicos.      

Em tempo: dos acadêmicos presentes à reunião, a escritora Ana Luíza Ferro tomou a iniciativa de adiantar a Flávio Dino, como muita franqueza e sinceridade, que nele não poderia votar, pois já havia se comprometido a sufragar o nome do professor Rossini Correa, também, candidato à Cadeira 31.

GASTÃO E CONGRESSO EM FOCO

Enquanto a grande maioria da representação do Maranhão no Congresso Nacional, salvo melhor juízo, pensa mais nas eleições do que nas gerações, há, felizmente, um deputado que caminha na contra mão dessa máxima.

Trata-se do deputado Gastão Vieira, que em vez de se preocupar com o incremento de seu patrimônio particular, volta as suas vistas principalmente para as causas educacionais, fato que o leva a ser indicado, pela sua boa atuação parlamentar, a mais uma vez receber o prêmio Congresso em Foco.

POSSES REMARCADAS

Finalmente os congressistas decidiram aprovar no bojo da recente Reforma Eleitoral a mudança das posses do Presidente da República, governadores e prefeitos.

A partir dos próximos mandatos, os chefes da Nação, governadores e prefeitos continuarão assumindo em janeiro, mas, em vez do primeiro dia do ano, serão empossados, respectivamente, em datas separadas:  6, 7 e 8 daquele mês.

CENTRO CAIXEIRAL E CURSO JURÍDICO

Mais uma boa e louvada iniciativa do governador Flávio Dino, no sentido de reviver o Centro Histórico.

O Estado adquiriu dos herdeiros, o amplo e estratégico imóvel, localizado na Praça Benedito Leite, onde funcionava o Centro Caixeiral.

Naquele prédio, a ser literalmente reformado, funcionará o Curso de Direito, da Universidade Estadual do Maranhão.

UMA RICA PARLAMENTAR

Na Assembleia Legislativa, alguns deputados fizeram um levantamento sobre o parlamentar dotado de maior patrimônio no Maranhão.

Depois de muitos questionamentos e observações, chegaram a uma verdade incontestável: na Assembleia Legislativa, quem dispõe de maior patrimônio físico e financeiro no Maranhão é uma parlamentar.

O patrimônio, construído em conjunto com o saudoso marido, foi multiplicado pela parlamentar que soube administrá-lo de modo competente.

JANTAR DE RESISTÊNCIA

Afinal, uma boa ação realizada pelo senador Weverton Rocha, em Brasília, merece elogios da parte até de quem não reza na sua cartilha e não deseja, como eu, ver sua candidatura a governador ser bem-sucedida.

De acordo com a revista Veja, o político maranhense reuniu em sua casa, em Brasília, sob os auspícios de um lauto rega-bofe, um grupo de senadores de vários partidos, para barrar o trânsito dos projetos de Jair Bolsonaro naquela Casa do Congresso Nacional.

 CONFUSÃO DE CORPUS

O deputado estadual Marco Aurélio do PC do B, está confundindo Habeas Corpus com Corpus Christi.

Ele aprovou na Assembleia Legislativa, um projeto de sua autoria, restabelecendo como feriado estadual o Dia de Corpus Christi, ato que as classes produtoras do Maranhão já conseguiram na Justiça suprimi-lo da relação dos feriados religiosos.

FORA DA FÓRMULA

É com tristeza que vemos de vez em quando o ex-piloto de Fórmula Um, Nelson Piquet se apresentar como motorista do Presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo.

Como se não bastasse, é com indignação que se ouve falar da presença dos filhos de Piquet, praticando corridas inadequadas e prejudiciais às dunas de Santo Amaro.         

  REVISTA SABIAR

É com alegria e otimismo que vejo circular em São Luís uma revista de alto nível cultural e de bela apresentação gráfica.

Trata-se de SABIAR, que não fica atrás de qualquer outra revista produzida a nível nacional e do mesmo gênero cultural.

Há muitos anos, em São Luís, não circulava uma revista tão bem feita, repito, do ponto de vista gráfico, e tão rica de conteúdo cultural, como Sabiar, que tem à frente um Conselho Editorial de peso intelectual e um editor do nível de Alex Palhano.  

CONTATOS COM SARNEY

Impressionante a quantidade de jatinhos particulares, principalmente de políticos, que tem pousado no aeroporto do Tirirical, nos últimos meses.

São políticos de ontem e de hoje que procuram o ex-presidente José Sarney, para conversar, receber conselhos ou trocar informações sobre a situação política nacional.

Sábado passado, desembarcaram em São Luís, vindos em jatinho particular, o senador Jader Barbalho e o governador do Pará, Jader Barbalho Filho, para uma conversa com Sarney.

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